Sobre as Belas-Artes de Kyoto e Nara
A partir da primavera de 1951, o Mestre Jinsai realizou visitas missionárias às regiões Tyubu e Kansai. Um de Seus objetivos era procurar o local para a construção do terceiro Solo Sagrado. Anteriormente, já havia orientado o responsável da área Kyoto que procurasse o local que se tornaria o Protótipo do Paraíso Terrestre. Em 30 de maio de 1951, após a visita ao Shaka-do, no Templo Seiryoji em Saga, a caminho do Tozan Honnen-in, Meishu-Sama quis percorrer, de automóvel, a orla do lago Hirosawa. À beira do lago, desceu do automóvel e, observando as redondezas, sentiu um misterioso desejo de apreciar a paisagem. Na ocasião, ordenou que as terras daquela região fossem adquiridas.
Na primavera de 1952, o terreno às margens do Lago Hirosawa foi colocado à venda, porém, como o valor era muito alto, o negócio não foi realizado. Contudo, no outono do mesmo ano, a situação mudou repentinamente e o local foi comprado. Em 27 de outubro de 1952, diante de aproximadamente dois mil membros no Teatro Kyoto , Meishu-Sama nomeou o local “Terra da Tranquilidade”.
Meishu-Sama realizou calorosas palestras para os membros de Tyubu e Kansai, que vinham se desenvolvendo a contento e, com o objetivo de conduzi-los a uma fé elevada e pura, entrevistou muitos deles. Meishu-Sama foi recepcionado com muita alegria. O roteiro de Sua visita missionária incluía trajeto de automóvel e trem. À beira do caminho percorrido pelo automóvel, inúmeros membros se aglomeravam para recepcionar e despedir-se de Meishu-Sama, que pedia ao motorista para guiar o automóvel lentamente e ficava a observar com carinho a postura dos membros. No caso de trem noturno, os membros aguardavam Meishu-Sama em cada estação por onde o trem passasse. Pensando nos membros que, à noite, O aguardavam nas estações, Meishu-Sama, embora cansado, mantinha-Se acordado para acolher a recepção a Ele dispensada. Desta maneira, Meishu-Sama dava muita importância ao sentimento dos membros. Durante o breve instante em que Meishu-Sama passava naquele caminho, os membros recebiam uma grandiosa luz e muitos, milagrosamente, curavam-se de suas purificações. Recebiam graças somente de verem, rapidamente, Meishu-Sama dentro do veículo. Assim sendo, por todos os locais que passava, os milagres eram contínuos e os membros sentiam-se felizes pelo encontro.
O terceiro objetivo de Meishu-Sama era apreciar as várias obras artísticas dos museus de arte, a arquitetura, as imagens búdicas dos templos e os santuários de Kyoto e Nara. Meishu-Sama descreve em Seus Ensinamentos: “Desde jovem, sempre que tinha chance ou quando a situação permitia, costumava deleitar-me apreciando obras de Arte.” Apreciar, ao máximo, coisas belas, é um meio de elevar a alma. O próprio Meishu-Sama praticava isso e orientava: “O Paraíso Terrestre — objetivo final da nossa Igreja — é o Mundo da Arte.”
Nosso desejo é que todos nós possamos relembrar os locais visitados pelo Mestre, apreciar as obras artísticas e elevar nossa espiritualidade.
Meishu-Sama colecionou diversas obras de Arte e, entre elas, dispensou tratamento especial aos quadros e imagens búdicas, que foram alvo de fé das pessoas por longo tempo.
O Museu de Arte de Hakone foi inaugurado em 15 de junho de 1952 e, naquela ocasião, Meishu-Sama orientou os dedicantes: “Procurem dispor os quadros e imagens búdicas em locais altos. Desta forma, os acidentes não ocorrerão com frequência.”
Outro episódio ocorreu por ocasião da compra dos “Sanzo-butsu”, três imagens búdicas, atualmente expostas no MOA – Museu de Arte de Atami. Ao ouvir o encarregado da compra dizer: “Consegui um abatimento de 500 mil ienes”, Meishu-Sama ordenou-lhe: “Como é possível ‘abater’ budas? Vá imediatamente devolver o dinheiro.” Conforme notamos pelo episódio, Meishu-Sama tinha um profundo respeito por quadros, imagens búdicas ou qualquer outro objeto que fora alvo da fé das pessoas durante longo tempo.
Em 10 de abril de 1953, no Teatro Kyoto, Meishu-Sama descreveu as impressões sobre as imagens búdicas que apreciou nos templos de Nara: “Ver a Arte Búdica simplesmente como pura arte é uma atitude materialista, e isso não é correto. Cada templo possui diferentes imagens búdicas e existe espírito dentro de cada uma delas. Portanto, não são simples esculturas e, de fato, possuem vida.”
Gostaríamos que pudessem visitar os templos e apreciar as obras com o sentimento semelhante ao de Meishu-Sama. Atualmente, muitas pessoas visitam tais locais com simples visão turística, porém, definitivamente, templos são locais para treino de fé, oração, enfim, são solos sagrados. Desejamos que, como possuidores de fé, visitem e apreciem tais locais sem se esquecerem disso.
Ficaremos imensamente felizes se, ao apreciarem este álbum, os senhores tiverem a sensação de terem visitado, juntamente com Meishu-Sama, os templos e santuários de Kyoto e Nara.
Expressamos nossa profunda gratidão às pessoas ligadas aos templos e àquelas que nos cederam preciosas fotografias, colaborando para o sucesso desta publicação.
Maio de 1998
Seção de Arquivo da Doutrina Messiânica