春すぎぬ
Harusuguinu
昭和六年五月十八日
18 de maio de 1931
01
雨はれて露もしとどの篁の下かげ青く苔の花咲く
AMEHARETE TSUYUMOSHITODONO TAKAMURANO SHITAKAGEAOKU KOKENOHANASAKU
O céu se abre após a chuva
Embaixo da sombra de um bambuzal repleto de orvalho
Cobre-se de flores o musgo verde
(tradução: Alexandre Guedes dos Santos)
02
青あをし芭蕉の広葉に青蛙さゆるぎもせで雨に濡れをり
AOAOSHI BASYONOHIROHANI AOGAERU SAYURUGIMOSEDE AMENINIREORI
Na folha larga e de verde profundo de uma bananeira
Um sapo verde balança molhado pela chuva
(tradução: Alexandre Guedes dos Santos)
03
五月雨の霽るると見れば遠方に雲の峯並みうすら虹見ゆ
SAMIDARENO HARURUTOMIREBA OTIKATANI KUMONOMUNENAMI USURANIJIMIYU
Após a pancada da chuva de verão,
Olhando ao longe,
Avista-se, em meio às montanhas de nuvens, um tênue arco-íris.
(tradução: Equipe do Jinsai.org)
04
茂り合ふ木の下闇にほの白く山百合の花いくつか浮ける
SHIGERIAU KONOSHITAYAMINI HONOSHIROKU YAMAYURINOHANA IKUTUKAUKERU
Do escuro abaixo das árvores que se amontoam
Vejo surgir o leve branco de inúmeros lírios.
(tradução: Alexandre Guedes dos Santos)
05
田植歌のどかにきこえ野の家のどこも人気の見えぬ真昼間
TAUEUTA NODOKANIKIKOE NONOIENO DOKOMOHITOKENO MIENUMAHIRUMA
Em plena luz do dia
Sem se avistar ninguém nas casas do campo
Paira a tranquila canção no arrozal
(tradução: Rodrigo Mesquita Burguete Santos)
06
夕さりて青田を渡る風涼し行手の闇を蛍かすめぬ
YUSARITE AOTAWOWATARU KAZESUZUSHI YUKUTENOYAMIWO HOTARUKASUMENU
VERSÃO I
Anoitece
Cruzando o arrozal verde
Ao vento fresco
A escuridão de alguém que vai
Que mesmo os vaga-lumes não fenecem
(tradução: Débora Torrieli Santana)
VERSÃO II
A noite cai, um vento fresco sopra atravessando o arrozal verde,
vaga-lumes brilham em meio à escuridão à minha frente
(tradução: Alexandre Guedes dos Santos)
07
新緑の木の香をのせて今日更へし衣の袖を風ふきすぐる
SHINRYOKUNO KINOKAWONOSETE KYOUKAESHI KOROMONOSODEWO KAZEHUKISUGURU
Carregando a fragrância da nova folhagem das árvores,
Nas mangas de minhas recém-trocadas roupas de verão
O vento sopra
(tradução: Rodrigo Mesquita Burguete Santos)
08
池の面にうつる松風黒ぐろし新月の光かそけくも見ゆ
IKENOMONI UTSURUMATSUKAGE KUROGUROSHI SHINGETSUNOKAGE KASOKEKUMOMIYU
Na superfície do lago
No reflexo profundo e escuro da sombra do pinheiro
Começa-se a ver o brilho tênue da lua nova
(tradução: Rodrigo Mesquita Burguete Santos)
09
風薫り青葉光れる初夏の庭に下りたてば胸のひろぎぬ
KAZEKAORI AOBAHIKARERU HATSUNATSUNO NIWANIORITATEBA MUNENIHIROGINU
Ao descer e adentrar o jardim no inicio do verão,
Com suas reluzentes folhas verdes e o perfume da brisa,
Meu peito se enche de alegria.
(tradução: Rodrigo Mesquita Burguete Santos)
10
咲く花もはや水無月となりし今日池の辺に咲く杜若花
SAKUHANAMO HAYAMINAZUKITO NARISHIKYOU IKENOHENISAKU KAKITSUBATABANA
As flores desabrochando
E já é junho
Hoje brotam as íris ao redor do lago.
(tradução: Rodrigo Mesquita Burguete Santos)
11
夕まけて八景園の高台ゆ眺むる海に漁火またたく
YUMAKETE HAKKEIENNO TAKADAIYU NAGAMURUUMINI ISARIBIMATATAKU
Cair da noite
Das alturas do
Jardim das oito vistas
Contemplando o mar
O farol de pesca novamente piscando
(tradução: Débora Torrieli Santana)
12
たそがれの庭むらさきの朝顔の蕾見いでて心たのしも
TASOGARENO NIWAMURASAKINO ASAGAONO TSUBOMIMIIDETE KOKOROTANOSHIMO
VERSÃO I
Vejo os brotos das roxas glorias da manhã
No crepúsculo do jardim
E meu coração se diverte.
(tradução: Rodrigo Mesquita Burguete Santos)
VERSÃO II
Ao ver o broto
da flor glória-da-manhã
purpurar, sinto:
no jardim, crepúsculo
apraz-me o espírito
(tradução: Carlos Henrique Batista dos Santos)
13
田の家の軒の梅の実雨に濡れ青あをしもよふと仰ぐ眼に
TANOIENO NOKINOUMENOMI AMENINURE AOAOSHIMOYO FUTOAOGUMENI
Ó, verde realçado do fruto de ameixa da varanda da casa de campo molhado na chuva, quando olho para cima de relance.
(tradução: Paulo Roberto Gusmão Ikehara)