No início de sua obra de salvação, quando as atividades religiosas sofriam rigorosas restrições ideológicas em todo o Japão, Meishu-Sama desenhava imagens de Kannon e as outorgava aos membros da Igreja como obras de arte, sendo esta uma forma alternativa de desenvolver a Obra Divina.
No diário de Meishu-Sama de 2 de janeiro de 1930 consta que, pela primeira vez, desenhou o Kannon em “hanshi” (papel comumente chamado de papel japonês, com as medidas mais ou menos de 24 a 26 cm x 32,5 a 35 cm), com tinta preta.
No diário da época anterior à fundação da Igreja, pode-se notar, em vários lugares, pesquisas minuciosas e esboços de imagens, buscando o aspecto real a desenhar.
A partir de agosto de 1936, foi proibida qualquer atividade religiosa. Desalentados, os fiéis se dispersaram.
Então, em setembro do mesmo ano, Meishu-Sama passou unicamente a desenhar representações de Imagens de Kannon, e sob a denominação “Kannon Hyappuku Kai” (Associação de Colecionadores de Arte Kannon), que Meishu-Sama permitiu ser organizada, a fim de distribuí-las às pessoas que conheciam o seu verdadeiro valor.
Entretanto, para não incorrer na desconfiança das autoridades, acentuando o fato de serem obras de arte, sem intenções de dar sentido de Imagem, utilizou também as cores, distribuindo-as com guarnição provisória.
A Obra Divina, que pela rigorosa vigilância e exigência das autoridades se encontrava estanque de 1936 até cerca de 1940, tornou-se ano a ano mais animada, em 1944 teve repentina expansão de âmbito nacional.
Com o término da Segunda Guerra Mundial, e a liberdade religiosa permitindo, agora, a difusão da fé messiânica de forma irrestrita, Meishu-Sama entra numa fase muito atarefada, o que o faz deixar de desenhar e passar a caligrafar as imagens utilizadas para fins religiosos. Isso ocorreu com a purificação de dezembro de 1946.
Durante sua vida, Meishu-Sama chegou a desenhar cerca de 7.000 imagens. Conservou com ele apenas as imagens de grandes dimensões entronizadas na Sede Geral e algumas outras menores, para uso pessoal, ornamentando com elas seus aposentos e salas. Todas as outras foram outorgadas aos membros da Igreja. Quando já não mais desenhava, chegou a pagar para ter de volta algumas imagens de seu agrado.
Kannon é uma divindade que estende sua misericórdia e salvação a todos os seres, com atuações das mais variadas formas. As imagens de Kannon desenhadas por Meishu-Sama deixam aflorar uma nobreza característica, transmitindo-nos a nítida sensação de que foram elaboradas não por simples prazer, mas sim, movido pelo forte desejo de salvar as pessoas através dessas caligrafias e desenhos.
Esperamos que, pela apreciação dessas imagens, possamos ganhar força para o cumprimento da nossa missão de construir o Paraíso Terrestre, o mundo ideal desejado por Meishu-Sama.