Em maio de 1923, no mesmo ano em que aconteceu o terremoto de Kanto, Meishu-Sama, então presidente de uma empresa de vendas, cuja loja estava localizada em Makimachi, vendeu sua casa localizada em Daikyo-cho, ao preço de 36.500 ienes (o valor corrente naquela época era mais de 50.000 ienes) e comprou outra casa em Oomori Hakkeien, para onde se mudou imediatamente. Seus familiares, surpreendidos por esta mudança inesperada, o recriminaram, dizendo: “Por que vendeu a casa por um preço tão baixo?”. Meishu-Sama respondeu tranquilamente: “Ainda que reclamem, tarde ou cedo, todos virão para cá!” Diante disso, os seus familiares ficaram assombrados e se retiraram sem dizer nada. Entretanto, devido ao grande terremoto de Kanto, que todos já ouviram falar, no dia primeiro de setembro Tóquio ficou reduzida a cinzas, em um só dia, ocasionando uma grande catástrofe que vitimou inúmeras pessoas. A grande cidade de Tóquio desapareceu: não havia casas aonde pudessem alojar as pessoas e nenhuma comida para mitigar a fome; os desabrigados foram obrigados a deixar a cidade somente com as coisas salvas e foram para o interior em busca de familiares e conhecidos.
Posto que Meishu-Sama conhecia de antemão a revelação de Deus que dizia: “Tóquio se converterá num mar de fogo”, tratou de não armazenar mercadorias em sua loja; somente fabricava conforme os pedidos, o que lhe permitiu escapar de um enorme prejuízo. No entanto, todos os seus familiares que se opuseram a ele perderam suas casas no incêndio; chegaram à casa de Oomori somente com a roupa do corpo e carregando as mercadorias que conseguiram salvar do fogo. Cabisbaixos, disseram: “Afinal ocorreu o que você falou.” E quando Deus revelou a Meishu-Sama que Tóquio iria se tornar um mar de fogo, em maio desse ano, ele efetuou preparativos, como a compra de mantimentos, entre outras coisas, que diminuíram suas agruras. Posto que Meishu-Sama tinha recebido a revelação de Deus, preocupou-se com os habitantes em geral, porém não pôde informá-los devidamente, pois naquela época havia repreensão exercida pelos militares e burocratas de então. Ademais, supôs que não conseguiria fazê-los acreditar, pois eles não acreditavam em Deus. Lamentou muito por não ter uma maneira de salvar aquela gente.
Quando penso no grande beneficio e salvação de inúmeros mortos e feridos se a metade da população de Tóquio acreditasse e levasse a sério a revelação, fico muito triste. O que haveria acontecido se Meishu-Sama tivesse anunciado a catástrofe? Com certeza seria preso e severamente punido pelas autoridades que eram violentas. Ao pensar nos japoneses que não conhecem Deus, mas que falam do Japão como um país divino, quase por costume, fico triste pelos problemas que virão.
Okaniwa Shinjiro - Conselheiro Adjunto