UM SOFRIMENTO

Eu, também, tenho vários sofrimentos. Acho isso muito natural, porque meu trabalho é desbravar o mundo das trevas, em que Satanás e Daiba estão agindo à solta; é como estar rodeado por uma cerca de lanças representadas pela inveja, pelo ciúme, pela perseguição, pelos mal-entendidos, pela má-fama, etc. Como preciso romper essas barreiras e, pouco a pouco, expandir o Paraíso neste mundo infernal, as dificuldades que encontro estão além da imaginação. Mas os meus sofrimentos não são tamanhos, como poderia parecer a quem está a observar, porque tenho a grandiosa proteção de Deus Supremo. Eu próprio me considero a pessoa mais feliz deste mundo e que não há outro que seja dono de um destino tão misterioso como o meu, motivo pelo qual sempre vivo agradecido.

Tenho, porém, outros tipos de sofrimentos que as pessoas desconhecem. Escreverei sobre o maior deles. É o que se refere à Medicina Moderna, cujos erros durante muito tempo vim apontando através da palavra escrita e falada. Entretanto, para dizer a verdade, até agora não pude colocar a questão de modo decisivo e explícito. Sempre procurei ter o cuidado de abrandar ao máximo as minhas palavras, a fim de evitar choques, pois receava que, se expusesse toda a verdade, o resultado seria desastroso. Além disso, mesmo que eu quisesse divulgar, havia uma terminante proibição de Deus nesse sentido, obrigando-me a esperar o momento oportuno.

Deus me fez profundas revelações sobre a saúde e a doença do homem. Não fosse assim, eu não poderia afirmar algo tão ousado: a construção de um mundo sem doenças. Se falo isso, é porque tenho absoluta convicção do que estou dizendo.

Por essas razões, a eliminação do problema da doença constitui a base fundamental para solucionar o sofrimento e a angústia da humanidade. Entretanto, observando a situação, sofro de maneira insuportável, pois Deus ainda não me permitiu divulgar a verdadeira solução do problema. É como se me encontrasse prensado entre duas tábuas. Portanto, o meu real estado de espírito é de anseio para que chegue, o mais breve possível, o momento de divulgar a Verdade.

Jornal Kyusei nº 65

3 de junho de 1950