O espírito precede a matéria. Cada ocorrência no Plano Físico é um reflexo da ideia gerada no Plano Espiritual. O homem vive num universo infinito, misterioso, porém perfeitamente organizado e regido por leis imutáveis; sempre as mesmas, tanto no macrocosmos como no microcosmos . A evolução é uma destas leis. A evolução faz-se em espiral. Há um contínuo retorno ao ponto de partida que vai gradativamente se deslocando para a frente. A progressão é constante. Sucessivamente, as fases vão se completando. A cada criação surge o universo físico, depois o dinâmico, depois o psíquico. O último produto de cada criação permanece, soma-se aos precedentes, de modo que vai havendo uma coberta cada vez maior pelas faixas concêntricas. O sistema dilata-se gradualmente. Estes retornos ao ponto de partida são os ciclos em espiral que se desenvolvem numa progressão constante. Cada fase, para ser definitivamente superada e fixar-se no sistema, deve ser percorrida três vezes na direção progressiva da evolução. Da primeira vez, no impulso inicial, resulta o produto máximo do ciclo. Na segunda vez é o produto médio e na terceira vez o mínimo, voltando ao ponto inicial.
A civilização materialista já completou o seu ciclo e deu o que tinha para dar. Nos tempos atuais, o homem já pode compreender estas verdades. O ciclo representa um período de tempo no fim do qual se repetem certos aspectos ou movimentos dos corpos em evolução. Estas repetições são os retornos. O período de tempo pode ser de anos ou de idades. Há uma inter-relação entre os retornos e assim se forma a espiral, num todo de emanação de vida. No céu, há ciclos de órbitas de astros. Na terra, temos os ciclos das estações, o ciclo do dia e da noite. Há ainda o ciclo das Idades. No universo tudo segue um ritmo. Platão definiu o que é ritmo como ordem no movimento.
Meishu Sama explica que as mudanças podem dar-se em várias escalas: pequena, média e a grande. Ciclos menores ou maiores podem ocorrer em dez, cem, mil, três mil, dezenas de milhares de anos, sempre com os retornos em espiral no fluxo do tempo. O Universo é cheio de mistérios que ainda estão acima da compreensão humana.
Depois de aproximadamente três mil anos de relativa escuridão, estamos agora emergindo para uma nova Era de Luz. Já começou a transformação no Reino Espiritual e está se expandindo cada vez mais na Terra. É um acontecimento sem precedentes, cuja importância é difícil de abranger-se. Para a humanidade do presente é um privilégio estar vivendo este momento incomparável e decisivo. Mesmo que a mente humana não possa compreender o acontecimento em sua totalidade, já basta que enxergue um pouco de sua significação para o planeta Terra. A Doutrina Messiânica nos concede a bênção do Johrei a fim de tornar mais fácil a transição para aqueles que querem servir a Deus e à humanidade.
O plano de Deus está se realizando dum modo todo especial. Meishu Sama, que gostou tanto de teatro, diz que é um drama divino no qual nós, a humanidade do presente, somos atores e comparsas. Sem termos conhecimento disso, será difícil interpretarmos os acontecimentos de nossos dias e, menos ainda, compreendê-los. À proporção que a reconstrução avança, aumenta a destruição!
Meishu Sama explica. Em qualquer drama, há sempre o papel de bom e o papel de mau. Geralmente, o bom é perseguido pelo mau, porém, depois de muito sofrer, o bom consegue sair vitorioso. A peça acaba bem, como se costuma dizer. O Drama Divino planejado por Deus obedece a este esquema; no palco do mundo, com a humanidade como protagonista. A mudança cíclica que está se processando no momento é de incrível magnitude. Podemos escolher o papel de participantes ou de simples observadores inteligentes, ou ambas as coisas. A nossa compreensão dos fatos depende de nossa capacidade moral e espiritual.
Meishu Sama expõe que, quanto mais se aproxima a Nova Era e o Espírito do Fogo aumenta, ou melhor, a Luz Divina se torna mais intensa e mais direta, também aumentam as purificações de todo o jeito. Desabam as calamidades: guerras, acidentes, catástrofes, epidemias, levando o Mundo a um clima de terror. Diz Meishu Sama que os messiânicos dum modo geral poderão manter-se na posição de espectadores nas cenas de guerra. Mas o mesmo não lhes acontecerá com as doenças, nas quais terão parte ativa. Será preferível ter um papel de servidor da humanidade a tomar-se parte em cenas de violência e destruição.
A Lei da Vida quer que vivamos construtivamente. Estamos no início da Era do Dia. Quanto mais se aproxima a Nova Era, mais intenso ficará o Espírito do Fogo e, consequentemente, mais intenso será o batismo pelo Fogo. O poder purificador da Luz Divina se fará sentir com mais força. No Reino Espiritual (o espírito sempre precede a matéria), invisível para nós, já se processa uma intensa purificação. De acordo com a Lei da Afinidade, quem está cheio de nuvens terá dificuldades para aguentar a frequência crescente das ondas de purificação. Só poderão sobreviver os que estiverem suficientemente limpos. Meishu Sama previne que muitos messiânicos, mesmo sinceros e devotados, terão de enfrentar grandes purificações. Portanto, é preciso que nos preparemos espiritual e fisicamente, se quisermos atravessar as provas com relativa facilidade.
O grande drama tem sido chamado do Juízo Final. A Terra é o palco e a representação já começou. O conflito entre o Bem e o Mal forma um enredo muito complicado, porém a peça vai acabar bem. O Mal será vencido. Precisamos ter compaixão dos maus que são em maior número, infelizmente. A infinita piedade do Pai Celestial há de salvar o maior número possível de seus filhos. Entretanto, as forças do Mal estão sentindo a mudança nas vibrações e reagem ferozmente.
Os membros têm a grande responsabilidade de ministrar a Luz Divina pelo Johrei a fim de ajudarem seus semelhantes a resistirem aos ataques das Forças Maléficas. Tenhamos em mente o que nos ensina Meishu Sama. O Poder de Deus, o Sumo Bem, sempre totaliza cem por cento, enquanto que o Poder do Mal só pode chegar a noventa e nove por cento. Por pior que nos pareçam as coisas, lembremo-nos que temos a nosso favor um por cento que pertence ao Pai Celestial. O Juízo Final é o nonagésimo nono ponto, o último esforço de guerra das Forças Maléficas. Por isso o mundo nos parece virado do avesso, porém a vitória será de Deus. A meta do Deus-Princípio é a construção do Mundo Ideal repleto de Verdade, Virtude e Beleza. Da velha civilização que redundou neste estrondoso fracasso, ficará apenas o que prestar.
Não é a religião que transforma o homem. É a Luz Divina. A Luz Divina dissipa as nuvens; as máculas e as toxinas. É poder, força e energia espiritual. É o que Meishu Sama chama de Espírito do Fogo e que os Cristãos chamam de Espírito Santo.
No Capítulo XV, versículo 26, do Evangelho de São João está escrito: “Quando, porém, vier o Consolador, aquele Espírito de Verdade - que procede do Pai, que eu vos enviarei da parte do Pai, Ele dará testemunho de mim”. Apesar de todas as perseguições, a Verdade há de prevalecer sobre o erro, através do Espírito Santo, cuja função é de transmitir a Verdade e provindo ele da própria Fonte da Verdade.
No Novo Testamento, Atos dos Apóstolos, Cap. II, versículos de 1 à 4, está escrito: ....”Quando se completavam os dias de Pentecostes estavam todos juntos... De repente veio do céu um estrondo, como do vento soprando com ímpeto, e encheu toda a casa onde estavam assentados .... e surgiram línguas de fogo que repousaram sobre cada um deles... E foram todos cheios do Espírito Santo...” Os Apóstolos foram purificados pela presença direta de Cristo em suas vidas e puderam receber o Espírito Santo. Ficaram assim preparados para a missão de Apóstolos.
As pessoas que consideram a Doutrina Messiânica como religião ficam admiradas por não verem dogmas, nem preceitos e até mesmo rígidos rituais. Meishu Sama ensinou que estas coisas não são de importância e não podem conduzir o homem à Salvação. A prova está nos efeitos das religiões dogmáticas que estão espalhadas pelo mundo sem conseguirem modificar o íntimo do homem. Os fanáticos religiosos são geralmente muito duros e cruéis. Desencadearam guerras em vez de espalharem o Amor que é a essência da maioria das religiões.
Meishu Sama exemplifica contando o que leu num livro. O protagonista dizia: “Quando eu era jovem, frequentei a escola dominical onde estudávamos a Bíblia. Certo dia, falou-se sobre os milagres. Uns acreditavam em milagres. Outros não acreditavam. Eu pertencia ao grupo que duvidava dos milagres. Conscienciosamente, fui ler a Bíblia à cata de milagres. Lá se achavam aos montes. Se tirassem os milagres, a Bíblia se transformaria num mero livro de moral”.
Portanto, se uma religião consistir apenas de dogmas e doutrinas, acaba sendo apenas uma lição do moral. Isso não é suficiente. Os princípios morais são básicos e importantíssimos, porém provaram que são estéreis se o homem não enxergar o lado místico e poderoso que desencadeia os milagres. O Universo está cheio de mistério e milagres, inexplicáveis pela razão e lógica. Para a religião ser realmente válida, tem de apresentar milagres!
Meishu Sama cita os Dez Mandamentos que Moisés recebeu no Monte Sinai. Os mandamentos são apenas leis para evitarem crimes. A lei é feita para manter-se a ordem, à custa de sanções penais, quando violadas. Muitas religiões fundaram-se alicerçadas em mandamentos. Durante a Era da Noite, os mandamentos foram realmente essenciais. Assim é que deve ser mesmo.
No Velho Testamento (Deuteronômio, capítulo XXX), lê-se: “Quando vierem sobre ti todas estas coisas, a bênção ou a maldição, e tu tocado de arrependimento no fundo do coração, obedeceres aos Mandamentos, o Senhor teu Deus te fará voltar do teu cativeiro...” É uma linguagem apropriada à Era da Noite e das Trevas, pois implica em castigos ou recompensas não só materiais como também espirituais.
Diz Meishu Sama que as ameaças e as promessas de nada servem para reformar o íntimo da alma humana, evitando que pratique o mal. Um alcoólatra continuará bebendo, por mais que lhe digam que o álcool é veneno. Será preferível que se dissipem as nuvens no corpo espiritual do alcoólatra, elevando-o a um nível no qual se desperte sua natureza divina. Só então o alcoólatra ficará com horror ao álcool - ou com horror às maldades, conforme o caso.
A religião verdadeira elimina a inclinação para o mal ou para ações desonestas. A inclinação para o mal é a causa das práticas de corrupção. Por exemplo, quando um indivíduo rouba para enriquecer, acha que roubar é mais fácil do que ganhar honestamente. Seu espírito primordial (ou natureza divina) está enfraquecido e seu espírito secundário (ou animalesco) é tão forte que não hesita em prejudicar os outros para obter o que quer. Por isso tem más inclinações.
O papel da verdadeira religião é elevar o homem acima deste baixo nível de consciência, mas se a religião não tem poder para tanto, como veio sucedendo na Era da Noite, não se pode prescindir de leis e de penalidades. Muitas vezes, os indivíduos em altas posições estão em baixo nível moral. A posição social ou política, infelizmente, pode não ser indício de elevação moral e espiritual.
Meishu Sama ressalta outro aspecto importante. Não haverá vantagem espiritual se o homem não praticar o mal por medo do castigo. A elevação espiritual faz o homem detestar o mal, sem precisar de leis ou castigos, porque sente prazer em praticar o bem.
Evidentemente, o homem irá alcançando a elevação espiritual gradativamente, de passo em passo. Nas fases iniciais precisa mesmo de dogmas e preceitos, até chegar e desejar sinceramente o bem. A Doutrina Messiânica veio para elevar espiritualmente o homem, esclarecendo-lhe a consciência nesta fase de Transição da Era da Noite para a Era do Dia.
A Luz Divina, veiculada pelo Johrei, penetra no íntimo da alma, que assim é transformada, mesmo que receba o Johrei friamente, sem acreditar nisso. A natureza divina que há em cada ser humano é despertada pelo contato direto com a Luz Divina. Este é a característica da Doutrina Messiânica que, portanto, não pode ser uma religião como outra qualquer.
O efeito do Johrei é tão espetacular que desperta a fé nos corações mais céticos. Deus se manifesta objetivamente com a Luz Divina. Os intelectuais racionalistas sentem-se abalados quando o Johrei lhes aquieta a mente angustiada e os cura da insônia, por exemplo. Nos crentes e nos descrentes, a Luz Divina, que está dentro de nós, liga-se pelo Johrei ao grande manancial de Luz que envolve o Cosmos.
A Doutrina Messiânica apenas pede sinceridade da alma, senso de retidão, vontade decidida de melhorar. Nada impõe. Nada obriga. É racional. Meishu Sama com seus Ensinamentos vai nos mostrando as reações naturais e inevitáveis da suprema Lei de Deus que é inviolável, perfeita e de absoluta justiça.