Conforme venho repetindo, o objetivo de nossa Igreja é a salvação da humanidade. Em poucas palavras, significa eliminar toda espécie de temor da sociedade humana.
Evidentemente, os maiores temores do homem vêm a ser o da doença, o da pobreza e o dos conflitos. Dentre os três, o pior, indiscutivelmente, é o temor da doença; nada tão ameaçador para o ser humano. Certamente, durante sua vida, ninguém consegue livrar-se dessa ameaça. Com o progresso da civilização, ao invés de diminuir, ela tende até a aumentar. O segundo temor é a pobreza, geralmente motivada pela própria doença.
Atualmente, julga-se que quase todas as doenças são causadas por vírus. A doença nunca foi tão temida como nos dias atuais, motivo pelo qual estão se tomando as medidas consideradas adequadas, tais como atestados de saúde, vacinação e radiografias, entre outras. Todas as organizações criadas para evitar as doenças, ou seja, centros de saúde, hospitais públicos e particulares, etc., dispõem de muitos recursos, e é realmente grande o sacrifício do povo para sustentar as incalculáveis despesas e o trabalho despendido.
A vultosa quantia empregada no tratamento de uma doença e o prejuízo sofrido com a impossibilidade de trabalhar, principalmente quando o enfermo é o chefe da casa, acarretam as maiores dificuldades econômicas para os seus familiares. Isso constitui uma das principais causas do surpreendente aumento de crimes que vêm sendo cometidos após a guerra. Naturalmente esse fato não deixa de ser consequência da guerra, cujos danos são passageiros; a doença, no entanto, assume maior gravidade, por ser permanente.
A agitação por que a humanidade passa, atualmente, revela a intensidade do seu temor à guerra. Isto porque as relações entre os países tendem a se agravar. Até hoje, o homem viveu num mundo de sofrimentos ininterruptos. Entretanto, como a existência de Deus é uma realidade, Seu incomensurável amor não permitirá que a humanidade permaneça por longo tempo nessa condição. Indubitavelmente, esta época de agonia terá um fim, para dar lugar ao magnífico Paraíso Terrestre. Estamos absolutamente convictos disso e, imbuídos de tal convicção, prosseguimos com fé inabalável. Que outro sentido poderia ter a profecia de Jesus sobre o advento do Reino dos Céus a não ser a predição desse acontecimento? Por essa razão, estou convencido de que a verdadeira missão da Religião é eliminar os três grandes temores aqui citados.
7 de janeiro de 1950