AOS JORNALISTAS NÃO É DADA A LIBERDADE DE EXPRESSÃO

Qualquer pessoa que ver esse título irá estranhar, mas como isso é verdade, quero que leiam este texto. Dizem que o princípio básico dos órgãos de comunicação é o de que não se deve elogiar os partidos políticos, as religiões, etc., de modo que se eles elogiam mesmo que pouco, já suspeitam que "com certeza existe alguma razão ou que recebeu um cachê''. De fato, pensando dessa forma, até entendemos, mas quando saem alguns artigos da nossa Igreja no jornal ou revista, geralmente escrevem dessa maneira.

Por isso, resumindo, por mais que tenhamos coisas boas, nunca colocam a coisa como ela é, elogiando. Sendo assim, é permitido dizer o que é ruim, mas não se pode dizer o que é bom, de modo que é muito complicado. Ou seja, o que é ruim dizem que é ruim e não tem importância também dizer que é ruim aquilo que é bom, o que é estranho: falar mal é permitido. Dessa forma, se não é possível dizer que é boa uma coisa que é boa, ele não tem absolutamente liberdade de expressão. Por isso, se por um acaso ele elogia a nossa Igreja, é mal encarado: "Esse cara deve ter ganhado para isso" e por isso não pode vacilar. Mesmo que não seja verdade, não adianta. "Aquele cara já se vendeu para a Messiânica e, por isso, não presta. Não tem jeito, é melhor despedi-lo". E assim, em pouco tempo, se torna desempregado. É uma profissão muito ingrata. Por isso, quem gosta de falar mal dos outros se sai bem, mas os que olham as coisas com justiça, não se empregam. Quando vemos um artigo sobre Religião, é frequente ele estar escrito sempre de forma negligente e em tom de meia gozação, como que fazendo os outros de bobo, e isso é um pensamento comum na sociedade, de modo que, mesmo que escrevam coisas absurdas, ninguém se preocupa e nem reclama. Por isso, o Sr. XY passou dos limites, entrando na onda, e foi processado por prejudicar a honra alheia.

Por isso, sem conhecer o conteúdo de nossa Igreja e também o que acontece nos bastidores dos jornais, não é para menos que as pessoas, vendo os artigos publicados em jornais e revistas, pensem que a nossa Igreja é supersticiosa e trapaceira. Muito embora existam muitas religiões suspeitas entre as novas religiões, podemos dizer que é inevitável que fiquemos na mesma ala delas.

Aproveitando a oportunidade, vou escrever outra coisa relacionada a isso. Quanto mais a pessoa possui uma posição de prestígio na sociedade, mais cautelosa ela é. Entre os nosso membros, há Ministros de Estado, Doutores e escritores famosos, mas eles teimam em manter segredo, de modo que nós também procuramos mantê-lo e, às vezes, quando pensamos que ele já abandonou a fé, inesperadamente ficamos sabendo que continua ardoroso às escondidas e, outro dia, aconteceu o seguinte com uma pessoa que já foi Ministro da Administração e atualmente ainda é famosa no mundo político. Seu caso é um pouco diferente. Há alguns anos, sua família inteira se tornou membro e era bastante fervorosa, mas depois de algum tempo desapareceu da Igreja. O que fiquei sabendo recentemente sobre isso é que, como eles tinham se tornado fiéis na época do Método de Tratamento pela Purificação, quando a entidade se tornou religiosa, eles desistiram. E fiquei sabendo através disso que, se os políticos se tornam fiéis de religiões novas, ficam com o seu prestígio abalado. Esse é só um exemplo, mas devem existir muitas pessoas assim. Daí podemos ver o quanto as religiões novas carecem da confiança da sociedade.

Embora existindo tantos obstáculos como os mencionados acima, a nossa Igreja, com o passar do tempo, alcança o progresso que pode ser visto atualmente, motivo pelo qual poderão ver como é grandioso o poder da nossa Igreja.

Jornal Eiko nº 148 - 19 de março de 1952

 
 

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