Pergunta: Que significado espiritual tem o incêndio do altar do Horyu-ji?
Meishu-Sama: Ele é a base do mundo búdico, e seria inevitável, se é que existe o fim do budismo. Houve um modelo no passado. Para abrir as portas da Caverna de Rocha do Céu, parti na noite de 14 de junho de 1931, pousando no Nihon-ji[1]. Era um bonzo zen chamado Sogaku Harada e desenhava muito bem o retrato de Dharma.
O monte Seityo, que é a primeira montanha onde Nitiren leu o sutra de Lótus voltado para o oriente, fica bem à frente. Tem relação com o que Nitiren fez. Nesta montanha havia tudo quanto era coisa do mundo búdico. Neste templo havia uma oliveira, que é a mesma árvore a que se referem as escrituras búdicas quando dizem que Sakyamuni meditou sob a copa de tília. Naquele momento, pensei que aquilo era o modelo do mundo búdico.
O Nihon-ji queimou-se uns 6 anos atrás (novembro de 1939).
A reconstrução foi impossível. Este foi o primeiro passo para o mundo búdico desaparecer.
Os doze quadros do altar eram todos de budas famosos do mundo búdico. Várias seitas budistas se verão em breve na impossibilidade de continuar.
A arte budista é a base do que é material, e isto começou com a base. Várias seitas budistas estão em dificuldade financeira. Koyasan, por exemplo, a só, conseguiu arrecadar 15 milhões de ienes dos 70 templos, a muito custo, no ano passado. Honganji arrecadou cem milhões no 450º aniversário da morte do Santo Rennyo, comemorado este ano, mas a despesa para a arrecadação foi de 80 mil ienes.
As que se salvam são apenas Tenrikyo e Konkokyo.
Complementação da Coleção de Palestras 130
29 de janeiro de 1949
[1] NT.:Meishu-Sama e sua comitiva