CONSTRUÇÃO DO MUNDO DE DAIKOOMYO

(Discurso proferido por ocasião da Dai Nippon Kannon Kai (Grande Igreja Kannon do Japão), em 1º de janeiro de 1935)

1ª parte

Feliz Ano Novo para todos! Com a graça de Deus, instituímos a Dai Nippon Kannon Kai, fato que me parece muito promissor. Eu desejava fazer esta inauguração mais adiante, mas Kannon tinha muita pressa. No dia 23, em Ojindo, se celebrou a inauguração da Sociedade Kannon, a qual foi assistida por um pequeno número de diretores e pessoas que futuramente serão diretores de nossas sedes. Até este momento não estava definida a localização da Sede Geral, mas nesse mesmo dia 23, à noite, recebi um aviso de Kannon-Sama. O mesmo indicou que neste lugar, que antes foi uma sede da religião Oomoto, se devia realizar a cerimônia de inauguração.

Isso me surpreendeu, já que nem em sonhos houvera pensado. Assim sendo, creio que seguramente havia motivos para que a cerimônia de inauguração da Sede Geral tivesse que ser realizada neste local, no dia 24, e sem perda de tempo se iniciaram os preparativos; creio que a realização tenha sido algo bom. Agora gostaria de falar, de forma geral, acerca dos objetivos da Sociedade Kannon, de suas atividades, de seus programas, etc. Mas antes desejo comentar-lhes algo. Está planejado publicar um informativo chamado "A Luz do Oriente", que será o boletim da Sociedade Kannon, e o seu primeiro número circulará no dia 23. Uma vez pronto, será enviado a todos. Outra publicação será uma revista mensal chamada "Koomyo Sekai" (O Mundo de Koomyo), cujo primeiro número, também, será publicado à véspera do primeiro dia da primavera, ou seja, 4 de fevereiro. Assim que puderem, os utilizem da melhor forma como propaganda. "A Luz do Oriente" penso em oferecer gratuitamente. Caso requeiram uma quantidade maior, como umas dezenas ou centenas de exemplares, para a propaganda, possivelmente se cobre o custo de uns dois sens[1], por exemplar. A "Koomyo Sekai", no momento, está programada a sua distribuição ao custo de vinte ou trinta sens (no fim o preço ficou em vinte e cinco sens). No início será de cinquenta páginas, aproximadamente, de tamanho carta e, conforme vá aumentando o número de exemplares, penso em aumentar para até cem páginas.

Esta noite gostaria de falar da construção do Mundo de Daikoomyo, que é o objetivo da Sociedade Kannon. Como seu nome indica, trata-se de um mundo sem trevas, construído através da Luz de Kannon; é um mundo sem trevas, sem sofrimentos, sem pecados e nem mal. Com o desejo de ver surgir um mundo assim, desde milhares de anos atrás, santos, grandes religiosos e outros mentores têm difundido muitos ensinamentos e desenvolvendo grandes esforços. Entretanto, esse mundo não foi concretizado até hoje, nem sequer surgiu algo semelhante. Considerando que isto não passou de um ideal da humanidade, até a presente data se duvidava acerca de sua concretização. Mas eu afirmo que este mundo haverá de se concretizar. Agora mesmo já foi iniciado este processo e se desenvolve a uma velocidade enorme. Isto foi-me indicado diretamente por Kannon, isto é, por Deus Izunome, faz justamente sete anos, em 1928. Todavia, neste momento, tenho que confessar, não foram poucas as minhas dúvidas acerca de que pudesse ter êxito ou não. Mas desde esse tempo até agora, me foi mostrada uma infinidade de milagres, fatos que não se podem compreender pela inteligência humana e nem experimentados anteriormente; casos surpreendentes. O aparecimento destes milagres me fortaleceu gradualmente a convicção de que "não há nenhuma dúvida quanto à construção do Mundo de Daikoomyo"; esses milagres reforçaram minha convicção e compreendi que, por meu intermédio, esse mundo será possível, que em realidade não havia nenhuma dúvida que Kannon, utilizando o meu corpo, como meio, construirá esse mundo.

Por natureza, eu tenho um caráter muito cauteloso e ainda que aparentemente pareço descuidado, sou muito detalhista. Sou tão cauteloso que até me consideram pouco empreendedor. Apesar de ser assim, me vejo obrigado a encarregar-me de um trabalho tão grande e tenho que dar a conhecer a verdade à humanidade para salvá-la. Assim mesmo, o Deus Kannon me outorgou o Seu poder para fazer isto e por isto fui informado sobre diversas coisas do futuro. Por isso mesmo, eis-me aqui sem nenhum equívoco. Desde os tempos remotos há profecias de que o "O Mundo de Miroku", o "Paraíso Terrestre", o "Mundo Kanrodai" (a colina do Orvalho Doce), o "Mundo da Agricultura Correta" chegarão, e agora compreendi que isto é verdade. Entendi claramente que me toca a realizá-los, ou seja, criá-los precisamente. Então, qual é o fundamento? A resposta está na força de Kannon; e a força de Kannon, na realidade, não havia aparecido no mundo, até agora. Shakyamuni difundiu a misericórdia; Cristo ensinou o amor e vários santos indicaram aos seres humanos o caminho correto. Eles puderam difundir seus ensinamentos, mas não tinham a força para executá-los. Puderam avançar até certo grau, mas foi impossível, em absoluto, realizar para a humanidade. Por isso tudo se limitou em predições e ideais e o mundo objetivo não foi realizado até agora. E a razão porque a humanidade ou o mundo tem-se pervertido e confundido é que as religiões ou as pregações morais tinham muita força, porém não força absoluta. É dizer, foram vencidos porque faltava força. Mas, enfim, chegou o momento do Céu, e agora o poder absoluto aparecerá na Terra. Como surgirá uma força nunca vista pelo homem, daqui em diante podem suceder várias coisas inimagináveis. Agora podemos ver que nenhuma de outras religiões, existentes até hoje, tem sido completa. Por exemplo, o que são Daijo e Shojo, no caso do budismo, Shojo se interpreta como uma fé egoísta e Daijo como uma fé altruísta, e esta interpretação não é verdadeira. Mas ainda que supuséssemos que assim fosse, na realidade tanto Shojo como Daijo estão equivocados. No caso da fé Shojo atual, busca-se o próprio beneficio; é dizer: basta que se viva comodamente, ou que sua família viva feliz, sem mostrar o menor interesse pela sociedade, a nação ou humanidade. Existem formas de fé nas quais somente um espera a graça de Deus; tal é o caso dos que rezam pela segurança, a saúde e a felicidade de sua família ou pela prosperidade de seus negócios, é a fé Shojo, que somente leva em conta os interesses próprios como a maior prioridade. Seguidamente o que se chama de fé Daijo é algo totalmente contrário. Neste caso os objetivos são maiores, tais como a sociedade, a nação e a humanidade, mas se ignora a si próprio; se dedica a um serviço ao mundo separando-se de seus irmãos e de seus pais e sacrificando sua família. Aparentemente, isto se vê com muito respeito. Com efeito, é muito dramático e admirável sacrificar-se a si mesmo para uma grande salvação, mas está equivocado do ponto de vista da verdade. Ainda que seja muito raro que isto se suceda, somente acontece em casos muito especiais, ou seja, só em momentos em que alguém se encontra em circunstâncias inevitáveis. Portanto, é evidente que nem Shojo e nem Daijo são corretas. Então, qual a forma correta de atuar? Não ser Shojo e nem Daijo, e ser Shojo e Daijo, por sua vez.

Quer dizer que em alguns casos devemos atuar de acordo com a fé Shojo e em outros casos de acordo com a fé Daijo. Significa ter atitude adequada segundo os casos. Por exemplo, quando faz calor veste-se uma roupa leve; quando o tempo está fresco, se usa uma roupa sarja; e quando faz frio se usa uma roupa de Iã mais grossa. Desta maneira, variar segundo o propósito e a circunstância, ou seja, de acordo com o tempo, a posição e o lugar é o correto. Portanto, com a fé Shojo, com a fé egoísta, é impossível salvar a humanidade, pois os egos de cada um se chocam originando conflitos. E se isto aumenta se converte numa guerra. Por outra parte, a fé Daijo, na qual um se sacrifica para o mundo e a humanidade, pareceria correta; mas muita gente tem trabalhado duramente em diferentes épocas baseada neste tipo de fé ou desta maneira e, apesar de tudo, não concretizaram um mundo ideal, o qual demonstra claramente que esta não serviu.

2ª parte

Assim, ao invés de comentar as razões, creio que se entenderá melhor observando os resultados. Está bem que se sacrifique em benefício do mundo e da humanidade, mas cair ao extremo é chegar ao ponto morto, no qual, finalmente, se envolve inclusive os pais, os filhos, irmãos e parentes, e assim inicia a reinar a discórdia no seio da família. Ainda assim, crendo em sua própria solidariedade, se isola de pessoas vizinhas; o crente dessa fé Daijo segue dizendo que todo esse sacrifício é para Deus e que tudo é uma prova de manter sua fé obstinadamente. Entretanto, mais assim seguindo, provoca mais o mau entendimento entre as pessoas. Assim, permanecendo excluído, se encontra em um caminho sem saída e chega o momento em que, em vez de salvar as pessoas, ele mesmo necessita ser salvo, pois fica sem capacidade sequer de alimentar-se. Este é um modelo que pode-se observar em diversas religiões, mas atuando assim estamos distantes de criar o Paraíso.

Se pensamos nas unidades mínimas que compõem o mundo, compreenderemos como poderá concretizar-se o Paraíso. Tratam-se dos seres humanos. No mundo as pessoas se agrupam em nações, e estas, por sua vez, estão formadas de cidades, e estas, por sua vez, de famílias. Finalmente as famílias se compõem de indivíduos. Por isso, se não salvarmos a unidade que é o indivíduo, não haverá forma de salvar o mundo. É por isso que estão equivocadas tanto a fé Shojo, que busca unicamente o benefício do indivíduo, como a fé Daijo, que se sacrifica pelo indivíduo. É dizer que ambas visões devem melhorar para salvar a totalidade. Quando a salvação e consolidação dos indivíduos estiverem concretizadas, isto se estenderá e o mundo inteiro estará salvo e consolidado. Por isso é necessário levar ao fim a salvação e consolidação do indivíduo. Se considerarmos cada lugar como Protótipo do Mundo, ao criar um Paraíso em cada lugar, o mundo inteiro estará salvo e consolidado. Até agora uma teoria assim, ainda que existisse, havia sido resignada, considerando-a como algo impossível de realizar. Isto se deve aos fundadores e às religiões em si que não tinham força, mas daqui em diante, com o poder de Kannon, isto se consolidará sem deixar dúvidas. Explicando de maneira simples, criar-se-á um mundo sem doenças, sem pobreza e nem conflitos. Doença, miséria e conflito são os mesmos que as três pequenas desgraças de fome, doença e guerra; mas penso que é mais adequado chamar de doença, miséria e conflito. Estas desgraças desaparecerão. Mas realmente é possível conseguir? É absolutamente possível se tivermos fé em Kannon. Até agora não se pôde realizar, por mais admirável que tenha sido a fé, não se pôde conseguir um lugar sem doença, pobreza e conflito, mas de agora em diante será possível. De fato, muitas pessoas que ingressaram na Sociedade Kannon têm conseguido. Existe uma infinidade de pessoas que tem conseguido ou que estão a ponto de conseguir, e outros estão se aproximando disto. A construção do Mundo de Daikoomyo parece difícil, mas não impossível. É questão a qual o mundo fique cheio de lugares sem doenças, miséria e conflito. Quando isto suceder, o mundo poderá gozar de verdadeira paz, pela primeira vez. O poder de Kannon se refere à chamada Luz do Oriente, citada desde os tempos remotos. É um fato muito misterioso que uma expressão como essa tenha surgido sem nenhuma precisão de quando e nem de onde.

Eu, também, faz sete anos, na véspera do dia do início da primavera, em fevereiro de 1928, quando fui informado acerca de diversas coisas sobre a Luz do Oriente, por Kannon, esperei pacientemente a chegada do momento certo. Ou, melhor dizendo, estava-me preparando. Enquanto isto, um senhor chamado Mitsuo Azuma, que se encontra entre vocês e creio que todos o conhecem bem, solicitou-me uma entrevista apresentando o seu cartão de visitas. Dei-me conta, ao ver o cartão, de que as letras de seu nome correspondiam com os caracteres Oriente, Luz e Homem, o que me surpreendeu à primeira vista. Era uma pessoa que nunca havia visto antes, mas veio visitar-me, repentinamente, no dia 11 de outubro do ano passado. Faz vinte anos, e foi informado por Deus que iria aparecer uma pessoa com a força de Kannon; também, se inteirou, por uma percepção espiritual, que este ano com certeza iria encontrar esta pessoa. Ademais, conheceu o possuidor do poder de Kannon que estava a leste de sua casa (o Sr. Azuma tinha o seu domicílio em Shibuya-ku) e o estava buscando em Kojimachi. Entretanto, por casualidade, alguém comentou sobre mim ao Sr. Azuma, e ele veio ao Ojindo. Então lhe disse que seguramente se tratava de mim, e ele solicitou tirar uma foto: É a fotografia espiritual de Senju Kannon (Kannon de mil braços) que todos conhecem. Este foi o primeiro passo do Plano Divino surgindo da Luz do Oriente e o primeiro trabalho desta Luz do Oriente foi o surgimento e atuação de Senju Kannon. Foi, em setembro de ano passado, quando o Deus Kannon, instalado em meu ventre, me indicou que pintaria a imagem de Senju Kannon; assim, imediatamente preparei-me e iniciei a pintá-la a partir de 5 de outubro. E quando tinha pintado a terça parte dela, o Sr. Azuma, de quem acabo de falar, chegou com a foto e mostrou-me, e foi através dessa foto que mostrava como deveria pintar o Deus Senju Kannon. Assim, em seguida voltei a pintar. Agora, a razão por que surgiu a Luz do Oriente é que toda a civilização e a cultura atual foram introduzidas do Ocidente. A cultura chinesa, também, é do Ocidente, a qual imagino que se compreenda através do poema que li antes: Sai ho no bunmei osameshi eien ni, sakayyru higashi no michi tatsuru nari ("Retificando a civilização do Ocidente, vou construir no Oriente um caminho que prosperará eternamente").

A civilização oriental é espiritual e vertical e a civilização ocidental é material e horizontal. Portanto, até agora se fizeram modelos das duas civilizações maiores, a vertical e a horizontal. Ademais, da visão de Daijo e Shojo, se pode considerar que o Oriente é uma civilização Shojo, entretanto o Ocidental é uma civilização Daijo. Creio que, observado o fato de que a ideologia oriental é arbitrária e independente, tanto que o pensamento ocidental vai ampliando muito, o que clareará o antes mencionado. Não obstante, qualquer das civilizações, uma vez que se desenvolva o suficiente e entra numa etapa de maturidade, chega a um caminho sem saída, sem possibilidade de sair. Precisamente esta é a condição em que se encontra atualmente a civilização ocidental. O que disse antes, acerca de que nem Shojo e nem Daijo funcionam, refere-se a isto. Em consequência, a união destas duas grandes civilizações é o Plano Divino estabelecido por Deus. O ponto de união é o nosso país, o Japão, e o momento da união é de hoje em diante, e se formará uma parceria matrimonial: o noivo, chamado Oriente, se casa com a noiva, chamada Ocidente; o mediador é Kannon e o filho que haverá de nascer é a verdadeira civilização, o mundo ideal ansiado peia humanidade, ou seja, o Paraíso Terrestre, o Mundo de Miroku. O poder que pode levar ao fim a grande obra, sem precedentes, de realizar este matrimônio e fazer nascer essa jóia é o poder de Kannon. Os momentos críticos que se vivem nestes dias são as dores que estão gerando o nascimento da dita civilização. É o último e a vez primeira em que se forma a figura da cruz, que une a vertical com a horizontal. O emblema da Sociedade Kannon, este emblema de Manji (卍), que existe desde a Antiguidade, é o símbolo deste significado .Esta forma de cruz, cujos extremos estão dobrados, quer dizer que se unem e logo começam a girar; é dizer que se trata de um giro sashin utai (movimento em espiral horário).

Agora, se se unem o vertical e a horizontal formando uma cruz, será extraordinário. Gerar-se-á uma grandiosa força que se chama a força da Concordância entre o Espírito e a Matéria. A isto se denomina o poder de Kannon e a Luz do Oriente. A civilização que veio desde o Ocidente, ao chegar até os noventa e nove por cento, através da Luz (Koomyo) que surgiu no centro do extremo Oriente, ou seja, a Luz do Oriente, através dela, essa civilização ocidental que avançava para o Oriente e teria como destino final a sua destruição, será reavivada e purificada, surgindo uma civilização ideal onde o vertical e a horizontal estejam totalmente harmonizados e unidos, transformando em um caminho de eterna prosperidade, e avançará em forma retrospectiva em direção ao Ocidente. O fato de que ele foi anunciado desde os tempos remotos, há mais de mil ou dois mil anos passados com a expressão Luz do Oriente, é realmente misterioso.

O início do Plano Divino da Luz do Oriente corresponde à inauguração de hoje, pelo que imagino que de agora em diante irá se desenvolver com a força extraordinária. Senju Kannon (Kannon de Mil Braços) tem outro nome: Senju Sengan Kanzeon (Kannon de Mil Braços e Mil Olhos); como esse nome indica, através de Seus mil braços dá a vida a todos e, ressuscitando com seus mil braços, salva iluminando com a Luz que emite de Seus mil olhos.

Quando a civilização Ocidental chegar ao caminho sem saída, o seu noventa e nove por cento, surgirá a força de um por cento capaz de dar vida, pelo qual se entende claramente se o compararmos com uma espiral. Até agora a civilização ocidental tem avançado girando da direita; mas próximo do noventa e nove por cento, de repente muda o giro para a esquerda. Ushin satai (movimento espiral horário), ou seja, o giro da direita, inevitavelmente se destrói. Por exemplo, se se amalgamam bolinhas de carvão ou bolinhas de farinha de arroz, praticando o movimento Sashin utai, terão boa forma e boa consistência; mas se rompem com facilidade se se amalgamam utilizando o movimento Ushin satai. Também o caso de uma chave é o mesmo: quando se fecha, é Sachin utai, e quando se abre, é Ushin satai. A corda de um relógio é igual. Creio que se esclarece a coisa aplicando esta teoria a respeito. Enfim, a civilização ocidental é uma civilização destrutiva, Ushin satai. De hoje em diante se dará início a uma civilização que gira da esquerda, partindo do centro do Japão, aqui em Kojimachi, em nossa Sociedade Kannon.

3ª parte

E como se irá construir um mundo perfeitamente civilizado, o qual é o nosso objetivo principal, o mundo de Daikoomyo, será um grande acontecimento jamais acontecido na história do mundo. É algo inimaginável. Por sua parte, Deus estava preparando minuciosamente, há milhares ou dezenas de milhares de anos, e agora chegou o momento. Pois bem, como acabo de mencionar a porcentagem de um por cento, será a atuação de Senju Kannon, e tem ocorrido algo interessante a respeito. Trata-se do seguinte: no dia 23 de dezembro, entronizei Senju Kannon, em Ojindo. No dia seguinte, uma pessoa que jamais tinha visto, casualmente me trouxe uma moeda de um rin. Na face anversa dessa moeda tinha impresso, em relevo, o Senju Kannon. Mostrei-a a um antiquário que lida com moedas antigas há trinta ou quarenta anos. Ele disse que era a primeira vez que via este tipo de moeda. Portanto, penso que é algo raro. Creio que Deus me mostrou, através de um fato tão pequeno como esse, que Senju Kannon é a atuação de um por cento, como acabo de comentar. Coisas tão estranhas como esta têm me acontecido diariamente. Originalmente, Kannon, cuja imagem divina é pequena, tem muita força; imagino que isto se entende pelo fato de Kannon de Asakusa, que mede 1 (um) sun e 8 (oito) bun (aproximadamente 5,4 cm), consagrado numa capela quadrada de 18 ken (uns 33 m, de lado), é o mais visitado, no Japão. A propósito dessas medidas, desejo dizer que todos os números relacionado a Kannon se confluem ao número 18, como 1 sun, 8 bun e 18 ken de lado; isto se deve ao verdadeiro caráter de Miroku, que é Kannon. Miroku se escreve com três números 5, 6 e 7 (em ideograma japonês), e estes três números somam 18, e a multiplicação 3 x 6 =18. Também a soma de 3, 6 e 9 (que escrito em ideograma japonês, também se lê Miroku) é 18. Quanto ao número 10 十 (em ideograma) é Deus e, juntando os dois traços do número 8 八, escrito em ideograma, formam-se os caracteres que significam pessoa (人). Portanto, o número 18 quer dizer pessoa divina. Assim, enquanto o 18, em ideograma que se escreve o número 10, tem a figura de união e a 8 a figura de expansão, pelo que, também, significa que se unem a vertical e a horizontal, e logo se expandem. Ainda que a força de um por cento seja pequena, tem um poder tão extraordinário que força nenhuma de demônio pode com ela e, pela primeira vez, tudo existente no mundo será salvo por esta força.

Além disso, extermina as três grandes desgraças: o vento, a água e o fogo; e também as três pequenas desgraças: a fome, a doença e a guerra. Portanto, estabelecerá a paz perpétua, sem doença, pobreza e nem conflito, e construirá o Mundo de Daikoomyo, eternamente próspero. Neste sentido, a inauguração de hoje tem um significado importante com nunca houvera antes, desde milhares de anos passados.

1º de janeiro de 1935

 


[1] Sen: fração monetária usada nos tempos de Meishu-Sama