Constantemente venho chamando a atenção de todos para os erros da Medicina atual, mas o ponto mais grave é o seu absoluto desprezo à capacidade de recuperação natural do organismo, inerente a todo ser humano.
Quando alguém adoece e vai procurar um médico, na maioria das vezes ele diz: “Foi bom ter vindo logo. Se demorasse mais, talvez o problema já se tivesse tornado um caso perdido.” Os médicos acreditam que, se deixarmos uma doença sem tratamento, ela se agravará cada vez mais.
Devo esclarecer que o grande erro da Medicina consiste na crença de que o tratamento de uma doença deva ser iniciado o mais cedo possível, antes que seja demasiado tarde; assim, aplicam-se inúmeros medicamentos e tratamentos, fazendo o máximo para evitar que o mal progrida.
Tenho sempre afirmado que a doença é um processo de eliminação de toxinas; portanto, se deixarmos que esse processo se desenvolva, as toxinas serão eliminadas e, consequentemente, a doença desaparecerá, ou seja, a pessoa ficará curada. Sofrimentos como febre, tosse, escarro, coriza, suor, diarreia, dores e coceiras são decorrentes do curso do referido processo. Basta, por conseguinte, suportar um pouco até que as impurezas sejam eliminadas e o corpo fique limpo. Assim, não há razão em se dizer a uma pessoa que é “tarde demais” para ela se tratar.
Desconhecendo tal princípio, a Medicina interpreta as doenças de forma totalmente contrária e por isso teme deixá-la sem tratamento e adverte as pessoas para que isso não ocorra. Em suma, considera que o certo é impedir a saída das impurezas, solidificando-as. Com esse procedimento, é óbvio que não poderá haver erradicação das doenças.
Vejamos outro ponto falho da Medicina. Quando alguém se machuca ou se queima, geralmente há formação de pus; como este é muito temido, tomam-se várias providências para evitá-lo, mas devo dizer que se trata de um grande erro. Todas as pessoas possuem grande quantidade de toxinas acumuladas em seu corpo, que o organismo tenta eliminar na primeira oportunidade. Quando ocorrem estímulos como ferimentos, elas tendem a se concentrar nesse ponto para que sejam eliminadas. Portanto, quanto maior for o ferimento, isto é, a área para expelir o pus, maior é a eliminação de toxinas, e não existe nada melhor.
Dessa maneira, o corpo humano realiza um constante trabalho de limpeza através da eliminação de substâncias nocivas, trabalho esse que denominamos capacidade de recuperação natural. Uma vez que o homem já nasceu com a capacidade de curar doenças naturalmente, a verdadeira Medicina seria aquela que a respeita, deixando que essa força atue naturalmente. Atualmente, porém, não só ela tenta bloqueá-la como desenvolve esta teoria. Podemos notar, então, o quanto a Medicina está errada. E o que estamos dizendo não é teoria; é a constatação de fatos verídicos.
O homem recebeu dos Céus essa maravilhosa capacidade de recuperação natural que nenhum tratamento médico consegue sequer chegar-lhe aos pés. O simples fato de se tomar conhecimento disso já constitui uma grande felicidade. Assim, o Johrei da nossa Igreja consiste em aumentar essa capacidade e acelerar a sua atuação. Os leitores concordarão que não há tratamento mais avançado e racional que este.
Revista Chijô-Tengoku nº 26
25 de julho de 1951