MEDICINA DESPORTIVA

Qual será a razão dos desportistas, apesar de sua excelente forma física e de sua resistência, terem a fama de possuir uma vida relativamente curta? Isso constitui um mistério até mesmo para a Medicina, mas agora iremos explicá-lo.

Embora existam vários tipos de esportes, a maioria das pessoas restringe-se à prática de apenas um. No caso da prática constante, fazem sempre os mesmos movimentos, então as toxinas em seu corpo aglomeram-se e solidificam-se nos pontos onde se concentra o esforço físico. Com o tempo, começa a ação purificadora. Nos desportistas, as toxinas estão mais duramente solidificadas; portanto, o processo de purificação é persistente, o que torna difícil a cura. Baseado na minha experiência, posso dizer que os atletas de natação possuem toxinas acumuladas num dos ombros, formando um ponto rijo e protuberante. Quando ocorre o processo purificador, aparecem-lhes sintomas semelhantes aos da tuberculose, e por isso, na maioria das vezes, os médicos diagnosticam essa doença. Assim se explica a incidência de tantos casos de tuberculose entre esses atletas. Por outro lado, os praticantes de golfe contraem moléstias renais com muita facilidade, porque fazem esforço nos quadris, provocando o acúmulo de toxinas na altura dos rins. Além do mais, ninguém desconhece a hipertrofia do coração dos corredores de maratona.

A meu ver, do ponto de vista da saúde, os desportistas deveriam praticar dois ou mais esportes. Os músicos também precisam tomar cuidado, pois há possibilidade de contraírem doenças devido à unilateralidade dos movimentos que executam. No caso dos pianistas, as toxinas tendem a se solidificar na região toráxica, pois o esforço se concentra em ambos os braços, tal como o dos violinistas se concentra nos ombros, o dos violoncelistas no ombro esquerdo e quadris, etc. Os músicos não deveriam menosprezar tais fatos, procurando fazer outros tipos de exercícios, para conseguirem equilíbrio.

Boas Novas do Paraíso – 5 de fevereiro de 1947