Vou falar, agora, sobre o coração.
Examinando pessoas que dizem ter problema cardíaco, é raro encontrarmos uma que tenha realmente esse problema.
Pulsação
A melhor maneira de se verificar a anormalidade do coração é medir a pulsação. Aliás, essa medida é válida para qualquer doença. No caso de reumatismo ou nevralgia, ela se torna desnecessária, mas nas doenças relacionadas aos órgãos internos sempre é preciso ver primeiro a pulsação. Quando se cria o hábito de “ver” através da pulsação, acaba-se conhecendo o estado de tudo por meio dela. Um grande mestre da Medicina Chinesa, na Antiguidade, dizia que a pulsação tem vinte e um tipos, e só de “vê-la” ele identificava o local que não estava bom. Eu creio que, com treino, não é tão difícil chegar a esse ponto, e acho até que vocês, se praticarem durante cerca de um ano, poderão até consegui-lo.
A pulsação irregular é aquela que bate tum-ta, tum-ta. Em casos piores, não dá nem para se fazer as contas. Obviamente, isso é um mau sintoma. Há também pessoas nas quais a pulsação dá uma pausa. Bate tum-ta, tum-ta…, fazendo uma pausa. Normalmente se considera que não é bom haver pausas na pulsação, mas elas podem acontecer mesmo quando se tem um corpo saudável; nesse caso, não influi em nada. Só é ruim quando existe algum sintoma de doença.
Há também a pulsação forte e a pulsação fraca. A forte é a própria de um coração saudável; quando há algum lugar afetado ou enfraquecido, a pulsação tem pouca força.
Vejamos, agora, a quantidade de pulsações. Quanto menos idade, maior é o número de pulsações. Nos três primeiros anos de vida, o normal é cerca de 110 por minuto. Aos quatro, cinco anos, cerca de 100. Nas crianças maiores, 90. Da juventude até os quarenta anos, é de 70 a 80. Nos adultos, se a pulsação for até cerca de 80, pode-se considerar que a pessoa tem um corpo saudável. À medida que se envelhece, a pulsação diminui; aos setenta, oitenta anos, fica em torno de 60 e 70.
Mesmo a pessoa não estando doente, quando ela se encontra muito cansada, ou com fome, a pulsação é mais rápida. Em geral, um corpo doente melhora em pouco tempo, infalivelmente, se a pulsação for até cerca de 90 por minuto. Caso vá até 100, a melhora poderá ocorrer em mais tempo ou menos tempo, mas podemos considerar que há cura. No caso de 100 até 110 pulsações mais ou menos, há 50% de chance de cura. Existem pessoas que melhoram, embora tenham de 110 a 120 pulsações por minuto, mas de um modo geral podemos considerá-las como casos perdidos, de cura difícil. Ultrapassando os 120, a pessoa já está dentro da esfera de perigo e normalmente não viverá mais que dois ou três dias, uma semana no máximo. Entretanto, mesmo que se tenha uma crise momentânea, com cerca de 120 a 130 pulsações, voltando-se ao normal em vinte ou trinta minutos, ou até em duas horas, é um caso completamente diferente. Se a pessoa tem cerca de 120 hoje e tinha a mesma pulsação no dia anterior, sua recuperação é difícil.
Costuma-se dizer que, se a febre é alta, a pulsação também é, e isso porque, para absorver o elemento fogo, ou seja, o calor, o coração trabalha intensamente. Contudo, dependendo da doença, há casos em que a pulsação é baixa, nem sempre acompanhando a febre alta. Numa pessoa debilitada, se a pulsação é fraca e rápida, está sendo absorvido o elemento fogo, mas a força é insuficiente. Por isso, a melhor forma de se saber a intensidade da debilitação é através da pulsação. Quando esta é muito leve, a pessoa está bem debilitada. Isso pode ser percebido através dos sentidos. Às vezes a pessoa está fraca e o seu pulso bate lentamente. Ao invés de uma batida, parecem duas. É uma montanha, mas parecem duas. À primeira vista, parece normal, mas, observando melhor, há pontos estranhos. Isso acontece porque o coração está fraco, sendo mais frequente em pessoas que sofrem de bronquite crônica. Normalmente é muito fácil confundir bronquite com doença cardíaca. Como já sabem, a causa da bronquite é o acúmulo de toxinas de pus abaixo do diafragma. Ele pressiona a região inferior do pulmão, o qual, por sua vez, pressiona o coração. Por causa disso, a pessoa sente taquicardia e falta de ar. Assim, é fácil diagnosticar a bronquite como problema do coração.
Há casos, ainda, em que o pus se solidifica nas costelas, na região do coração. Tendo pus nas proximidades do coração, a pessoa fica com febre baixa e sente um pouco de pressão no peito. Pessoas assim, quando fazem qualquer coisa, logo sentem uma forte palpitação. Isso é confundido com valvulopatia. Tais exemplos são muito numerosos, mas é um problema que sara facilmente. Cerca de três meses atrás, uma pessoa que sofria de valvulopatia há vinte anos sarou com apenas três aplicações do nosso tratamento. Hoje ela está muito bem e sente-se muito agradecida.
Valvulopatia
Considera-se a valvulopatia uma doença incurável, mas pelo nosso tratamento a cura é muito fácil. Só que a maioria dos doentes é portadora de valvulopatia aparente, não possuindo nenhuma anormalidade no coração. Mesmo se tratando realmente de valvulopatia, se não houver anormalidade na pulsação, a pessoa melhora com facilidade. Não haverá erro em dizer que a valvulopatia aparente geralmente é causada pelo pus da bronquite ou das costelas. Existe, porém, a valvulopatia verdadeira. Ela é causada, entre outras razões, pela angina pectoris e por traumas inesperados.
Angina Pectoris
A angina pectoris provoca um sofrimento terrível; parece que a região precordial está sendo comprimida. Esse sofrimento é decorrente da aglomeração de nódulos de pus que se formam na região do coração, os quais pressionam demais esse órgão, dificultando o movimento da válvula. Dizem que isso não tem cura. Como as batidas do coração ficam irregulares, essa é a verdadeira valvulopatia, uma doença muito rara. Ela também pode ser causada por um grande trauma, como por exemplo a queda de lugares altos ou batidas no peito que afetem o coração, tornando a pulsação irregular.
Podem, ainda, sofrer desse problema os grandes beberrões, cujo coração recebe estímulos constantes por causa da bebida, que o deixa hipertrofiado. Outra causa da valvulopatia pode ser a fase final da Doença de Basedow Graves, que torna a pulsação irregular. A verdadeira valvulopatia é muito difícil de curar. Entre as causas citadas, o caso gerado por traumas é o mais fácil. Mesmo sem qualquer tratamento, passados alguns anos, a doença melhora naturalmente. Até a valvulopatia causada pela aglomeração de nódulos de pus tem cura, se for tratada com paciência. A valvulopatia decorrente da bebida melhora se a pessoa deixar de beber e fizer o tratamento pacientemente. A mais complicada, porém, é a valvulopatia resultante da angina pectoris, pois é a que piores danos causa.
Hipertrofia do Coração
Fala-se com frequência em hipertrofia do coração, mas essa doença também é muito rara. Inúmeras pessoas me procuram dizendo estar com hipertrofia do coração, mas não estão. Geralmente, por causa dos nódulos de pus da bronquite, as proximidades do diafragma ficam inchadas. Por isso, parece que o coração está hipertrofiado até esse local. A hipertrofia do coração é uma doença comum entre os alcoólatras, os esportistas e os portadores de bronquite crônica, em estado grave. Pode acontecer também que, em decorrência de uma doença que causa muito sofrimento, o coração fique um pouco hipertrofiado.
Distúrbio Neurovegetativo do Coração
Existe uma doença chamada distúrbio neurovegetativo do coração, na qual o peito dói como se a pessoa estivesse tendo uma crise. A pulsação torna-se rápida, a respiração difícil, os lábios roxos, parecendo que se está à beira da morte. Mas isso não é nada: passados de trinta minutos a uma hora, a pessoa melhora como se nada tivesse acontecido. E qual é a causa dessa doença? É o encosto do espírito de uma pessoa morta. Um espírito desencarnado encosta, temporariamente, manifestando-se os sintomas da hora da morte, mas isso passa facilmente, pelo nosso tratamento.
Normalmente o coração fica no lado esquerdo, mas é preciso saber que algumas pessoas o têm no lado direito. Tempos atrás, houve um caso bem estranho. Uma pessoa veio fazer tratamento da pleura e, depois que a pleurite melhorou, ela disse que seu coração, que era do lado esquerdo, foi para o lado direito. De fato, as batidas estavam do lado direito. Isso não foi de nascença. A própria pessoa é quem disse que o coração foi para o lado direito depois de a doença melhorar, mas eu não sei porque isso aconteceu.
Terapia Espiritual
1935