AS TOXINAS MEDICINAIS (I)

As toxinas medicinais, isto é, as toxinas dos remédios, são tão temíveis quanto ao “Tennentô-Dokuso”, toxinas transmitidas de geração a geração referentes aos remédios consumidos. Vou explicar porquê.

Os tratamentos baseados em remédios enraizaram-se profundamente na humanidade, sem distinção de continente ou época. Tornou-se regra geral tomar remédio logo que se contrai uma doença, assim como alimentar-se quando sente fome. Porém, eu descobri, para grande espanto, que os medicamentos, além de não possuírem força para curar as doenças, acabam provocando-as, tornando-se a sua fonte. Portanto, eles são tóxicos perigosos*. Eis um grande problema, difícil de acreditar. Mas a Verdade é sempre Verdade, e nada se pode fazer.

Li, há muito tempo, que um famoso especialista em medicina chinesa disse: “No mundo não existe nenhum medicamento. Tudo é veneno. O medicamento que tomamos quando adoecemos destina-se a combater o veneno com outro veneno.” São palavras realmente sábias. Há também um provérbio que diz: “O veneno torna-se medicamento.” Realmente, quando a dor é insuportável, a injeção de morfina produz alívio imediato. Isso acontece porque os nervos ficam adormecidos temporariamente pelo veneno da morfina, fato reconhecido pela Medicina.

Aquilo que denominamos doença é uma decorrência do processo de purificação, o qual é acompanhado de sofrimentos; estes, por sua vez, como já expliquei, constituem aquilo que é chamado de doença. É claro que ninguém gosta de sofrer, e por esse motivo as pessoas tentam livrar-se do sofrimento o mais rápido possível. Para isso, só há dois meios: eliminá-los completamente, ou seja, eliminar todas as toxinas que precisam ser eliminadas; ou escapar dele temporariamente, isto é, deter o processo de purificação, retornando à condição em que se encontrava antes do início do sofrimento.

Como a eliminação completa das impurezas está baseada no processo natural de cura, leva-se tempo. Acontece que o indivíduo quer ver-se livre do sofrimento imediatamente. A pressa, portanto, criou não só o tratamento com base nos medicamentos, mas todas as outras formas de tratamento. Também, pela medicina praticada até hoje, não foi possível compreender o princípio exposto acima.

1939

 

* Ainda que possuam força para prolongar a vida temporariamente ou criar a falsa saúde, os medicamentos não são suficientes para curar as doenças pela raiz. Originariamente o homem é saudável, não necessitando de remédios para viver; portanto ele deve evitar ao máximo a sua utilização. Há ocasiões, entretanto, que, por respeito à vida humana, o homem se vê obrigado a utilizá-los, quando sua vida corre perigo iminente.