CAPÍTULO 32 – MEDICINA DE BONECOS

Até agora vim apontando os erros da medicina contemporânea. O ponto mais importante, entre todos eles, é que estão tratando os seres humanos como bonecos. Na medicina existem diversos campos; medicina interna, externa, neurocirurgia, dermatologia, doença de mulheres, ginecologia, pediatria, neurologia, oftalmologia, otorrinolaringologia, odontologia, etc, dividindo-se em diversos setores de especialização.

Entre os campos acima, na medicina interna há ainda subdivisão de tuberculose, doenças do estômago e intestino, do coração, etc.

Há ainda um campo chamado medicina básica, e existem pessoas que entregam a vida inteira às pesquisas e estudos. Utilizando cobaias e ratos, ficam todos os dias com os olhos enfiados dentro de um microscópio e não têm tempo para pensar em mais nada. Existem até os “doutores de cobaias”, como todos sabem. Existem ainda especialistas no atendimento aos leitos hospitalares, ou seja, pessoas que ficam tirando o pulso dos doentes o ano inteiro. Existe ainda a medicina preventiva, que cuida principalmente da prevenção contra as doenças transmissíveis, da higiene pública e pessoal, etc..

Em se tratando de tratamentos, existem diversos tipos, a começar pelas injeções, cirurgia, massagens elétricas, tratamentos com raios, fisioterapia, psicoterapia, etc. Existe ainda a medicina chinesa, que utiliza plantas, raízes e cascas de árvores, e vários tratamentos populares como promessas, rezas, abstinências, etc. Em termos gerais, é isso; ficamos espantados com a variedade, a quantidade e a complexidade.

Isso acontece porque realmente não existia nada que curasse de verdade. Se existisse um tratamento que realmente curasse, haver-se-ia de ter solucionado todos os males com ele.

O ponto em que a medicina está mais errada é considerar os seres humanos como bonecos. Isto porque o corpo humano é uma unidade completa, e não um corpo que foi formado com a junção de membros e dorso. Consequentemente, o fato de surgir uma doença numa das partes significa que elas não se relacionam apenas com essa, mas com todas as partes do corpo. Por exemplo: o fato de a mão ou o pé ficarem ruins, significa que o que está ruim não é apenas a mão ou o pé, mas as outras partes também. Ou seja, assim como a causa está em A e ela se transporta para B e aparece em C, tudo está ligado. Os dentes são fracos, por exemplo, porque o corpo todo é fraco. Por isso, deixar o corpo fraco e tornar os dentes fortes é uma coisa completamente inviável. Quando a tuberculose de uma mulher avança, inevitavelmente ela deixa de ter menstruação, e isso se deve à anemia causada pela tuberculose. Os que têm os intestinos fracos sempre têm o estômago fraco; os que têm o estômago fraco têm o pulmão fraco; os que têm os pulmões fracos têm o coração fraco, e assim por diante. Há uma infinita e intrínseca relação.

O exemplo mais fácil de se entender é olhar o ser humano como uma nação. Se a política do governo de uma nação for ruim, toda a população recebe essa má influência. Da mesma forma, caso o coração, que é o governo central do corpo humano, seja ruim, o corpo inteiro ficará ruim. Se, no caso da nação, ela está em depressão, dificuldades financeiras, escassez de materiais, etc, no caso do corpo humano ele está subnutrido, em estado anêmico. Assim, uma simples dor incita o cérebro e influencia o coração. Por isso, influencia também o estômago.  A pessoa fica com falta de apetite, seu intestino enfraquece, ela fica com prisão de ventre, cansaço, etc, de modo que ela influencia o corpo inteiro. Quando se contrai pneumonia, caso ela fosse uma doença só do pulmão, a febre deveria limitar-se a esse órgão e não deveria influenciar as outras partes. Entretanto, na verdade, devido a essa febre, o incômodo atinge o corpo inteiro, o que evidencia esse fato muito bem. Vou escrever agora diversos exemplos.

Uma moça de mais ou menos 20 anos sentia muita dor num dente do lado direito e, ao lhe ministrar Johrei, logo passou. No dia seguinte, ela veio dizendo que doía novamente. Se fosse uma dor de dente comum, sararia com uma única ministração de Johrei. Entretanto, como ainda não havia sarado, pensei que deveria haver algum motivo. Então fui apalpando na região inferior do dente, cada vez mais para baixo, até que, na região do peito, encontrei uma solidificação. Ela disse que sentia dor nesse local; assim que dissolvi essa solidificação, ela sarou imediatamente. Entretanto, no dia seguinte ela veio novamente com dores. Achei estranho e novamente fui apalpando mais para baixo até que ela disse que a região do apêndice doía muito. Ao lhe ministrar Johrei nesse local, ela sarou completamente; como eu perguntasse, ela me disse que, anteriormente, havia feito operação do apêndice. Com isso, entendi que a dor era causada pelo desinfetante usado nessa ocasião. Ele se solidificara e, com a purificação, passara pelo peito, até ser expelido pela gengiva. Como foi visto, era realmente inimaginável que a causa da dor de dente estivesse na região do apêndice.

Um rapaz de vinte e poucos anos estava com tuberculose de terceiro grau e lhe saía muita tosse e catarro. Como sempre, lhe ministrei Johrei na cabeça, pescoço, ombros, etc., mas não surtia efeito. Examinando melhor, inesperadamente vi que ele tinha solidificações nas duas axilas e nas virilhas, e havia bastante febre nesses locais. Apertando a região, ele sentia muita dor. “Ah, então é aqui“ – pensei, e ministrei Johrei nesse local. Com um mês ele melhorou por completo. Naquele momento lhe disse brincando: “Seu pulmão tinha ido para os dois lados das axilas”. Entretanto, houve uma coisa engraçada a esse respeito. Falei sobre esse caso com um médico famoso e ele duvidou. Então lhe falei: “Para experimentar, deixe-me ver suas axilas”. Ele se deitou e, ao apertar o local, havia uma solidificação e também um pouco de febre. Assim que passei a ministrar Johrei, ele começou a tossir e a expelir catarro, e ficou espantado, dizendo apenas que era muito estranho. Esse médico ainda hoje trabalha como professor de uma universidade.

Um senhor de meia idade estava sofrendo de cálculo renal. Por isso, ao ver os seus rins pela parte das costas, vi que ele tinha uma grande solidificação nesse local. Então, vendo que aquela era a causa, dissolvi-a ministrando-lhe Johrei algumas vezes, e com isso ele sarou.

Olhando as axilas dos que têm prolapso do ânus e hemorroidas, sempre encontramos solidificações. Dissolvendo-as, a pessoa é curada. Então, entendi que a causa dessas doenças está nas axilas. Entretanto, a hemorragia da hemorroida e a disenteria devem-se à dissolução das toxinas do sangue da cabeça. Por isso, ministrando Johrei em sua cabeça, ela melhorará e, após a hemorragia, a cabeça ficará mais leve, o que faz com que a doença seja identificável.

As pessoas que sentem dor de cabeça ou cabeça pesada e têm falta de capacidade de concentração têm toxinas na parte direita ou esquerda das glândulas linfáticas do pescoço ou no bulbo, e nesse local há febre. Dissolvendo-as, elas melhorarão imediatamente.

Aqueles que têm a vista ruim, têm toxinas solidificadas principalmente no bulbo e desde a região do pescoço até os ombros. Têm, ainda, febre na parte frontal da cabeça. Ministrando Johrei nesses locais, se o caso não for muito grave, sarará só com isso.  Digo que, não operando a vista, geralmente há cura porque, até hoje, curei por completo vários cegos. A miopia e o astigmatismo também saram por completo dissolvendo-se as solidificações que existem no bulbo.

No caso de apendicite, sempre há solidificações no rim direito. Seja o estômago ou o intestino, a causa está na parte das costas; por isso, só de ministrar Johrei nesse local, há melhora. No caso de úlcera estomacal, na hora das dores intensas, ministrando Johrei pela frente, não há melhora completa, mas, ministrando-o pelas costas, melhora-se por completo.

O mais engraçado é a unheira. Mesmo que ministremos Johrei só nessa região, a dor não cessa por inteiro, mas, olhando o pescoço, encontraremos solidificações. Ministrando Johrei aí, ela melhora.

Como puderam ver pelo que foi exposto, a doença é um sintoma que apareceu superficialmente e sua causa está em lugares inesperados. Desconhecendo isso, a Medicina interpreta que, curando os sintomas, a doença é curada, e isso não se constitui num tratamento verdadeiro. Isso acontece justamente porque não têm consciência de que o ser humano é uma unidade completa. A melhor prova disso é que o tratamento difere de doença para doença, e o fato de existirem diversos tipos de remédios é o que evidencia isso muito bem.

Se a medicina realmente curasse, deveria curar todas as doenças com um único método. Originariamente, a doença é, como já expliquei, a solidificação de uma determinada toxina que surge em uma região do corpo. Isto é, o tipo de doença é o tipo do local onde a toxina se solidifica. Se compreenderem isso, o método de tratamento será um só e não haverá necessidade de que esse método progrida. Isto porque o progresso é uma passagem para tornar perfeito algo que é imperfeito. Só através desse único fato, poderão entender o quanto a medicina contemporânea é ignorante quanto aos fundamentos da doença. Nesse sentido, o que até agora se pensava ser o progresso era, na verdade, apenas o progresso da parte externa e a doença – o principal – não era curada. Só estava indo e voltando, permanecendo sempre no lugar.