CAPÍTULO 30 – CONSIDERAÇÕES GERAIS

Até agora, vim dando explicações diretas, de forma detalhada, sobre a doença. Por isso, já devem ter entendido a sua verdadeira causa, e também o quanto a medicina acadêmica está errada. Entretanto, como ainda existem diversos pontos que devem ser conhecidos, quero, agora, analisar e dissecar, sob diversos ângulos, a verdadeira figura da medicina.

Cirurgia

Embora se fale que ultimamente a medicina progrediu e que o avanço da cirurgia, em especial, é motivo de grande orgulho, pelo meu ponto de vista, não há engano maior. Não é necessária maior reflexão para se ver que o progresso da cirurgia significa, na realidade, a derrocada da medicina. Poderão achar isso estranho, mas, obviamente, a cirurgia é um método de extrair o órgão afetado pela doença, e não um método de extrair a doença em si.

Em termos mais compreensíveis, a doença e o órgão doente têm uma relação íntima e inseparável, mas são diferentes na essência. Consequentemente, a verdadeira cirurgia deve extrair somente a doença, e conservar o órgão intacto. Entretanto, por mais que se fale que a medicina tem progredido, como é impossível extrair unicamente a doença, ela, inevitavelmente, como meio secundário, a extrai juntamente com o órgão. Só através desse único fato, poderão entender que o avanço da cirurgia não representa outra coisa senão a incapacidade da medicina. Se os médicos não conseguiram perceber isso, é porque até hoje estavam mergulhados numa terrível superstição. Consequentemente, é preciso, de qualquer jeito, que despertem completamente, e não há outro meio senão recomeçar tudo de novo. Ou seja, é necessário o reinício da medicina. Entretanto, como até hoje ninguém havia descoberto isso, ela veio seguindo cegamente esse caminho errado. Por isso, mesmo passados tantos anos, a humanidade não se libertou do sofrimento da doença. Isso evidencia o erro.

Quando pensarem baseados no que foi dito, poderão entender que o avanço da cirurgia não é um progresso da medicina, e sim da técnica.

Uma coisa sobre a qual gostaria que pensassem mais profundamente é que, sendo o homem a melhor e a mais perfeita obra criada por Deus, não haveria motivo para que, na hora de criar o corpo humano, Ele tivesse criado algo que não fosse útil: os cinco órgãos, os seis sentidos, os ossos, os músculos, a pele, e tudo o mais. Isso pode ser entendido até pelo senso comum. Entretanto, para grande espanto, chegamos ao século XX e, embora com forma humana, surgiu um ser superior a Deus. Esse ser diz que no corpo humano há coisas desnecessárias: apêndice, um dos rins, ovário, amídalas, etc., por isso, é melhor que sejam cortadas e jogadas fora. Com isso, as doenças a elas relacionadas desaparecerão. Não será assim que nos sentiremos mais tranquilos? Assim falando, pensam que estão ganhando; enfiam o bisturi, cortam e jogam fora! Que magnífica existência sobre-humana, supra-divina!

Entretanto, por incrível que pareça, os homens contemporâneos são mais do que passivos a essa extrema violência e chegam a chorar de alegria. O povo e até o governo de cada país sentem gratidão por isso, achando que esse é um grandioso avanço da cultura. Ficam entorpecidos e estão até ajudando e incentivando. Por isso, não tenho palavras para expressar essa falta de inteligência e ignorância.

Portanto, presumimos que o Grande Criador, vendo essa situação, esteja abismado. Mas, qual é esse ser supra-divino?  É o ser humano chamado médico contemporâneo. Desse modo, os olhos deles estão completamente míopes para ver o ser humano. Só enxergam o tesouro que está mais adiante. Entretanto, eu não censuro a ciência material. Os seres humanos, através dela, receberam os maiores benefícios e não se sabe quantos ainda receberão. Por mais que a elogiemos, ainda será insuficiente. No entanto, é precipitado demais pensar que isso é válido em todos os seus aspectos.

A ciência material também tem, por si mesma, vários campos, e possui um limite que não pode ultrapassar. E qual é ele? A concepção simplória de ver o orgânico igual ao inorgânico. Ou seja, a ciência materialista se engana ao misturar os homens e os animais, que são seres animados, e os minerais e vegetais, que são inanimados. Isto porque, como, na verdade, os animais não são seres inanimados, não se pode colocá-los no campo da ciência material. Esse erro é fundamental. E uma vez que a medicina veio progredindo fundamentada nesse erro, é até muito natural que ela empregue um método chamado cirurgia, que considera o corpo humano ao nível do ser inanimado.

Não podemos deixar passar despercebido este ponto – o princípio da supremacia científica que, devido ao magnífico progresso da ciência material, crê na possibilidade de solucionar todas as coisas por meio dela. Entretanto, na realidade, isso não se aplica aos seres animados. De fato, momentaneamente, há um efeito positivo através da medicina, mas, uma vez que o fundamento está errado, não se consegue o efeito verdadeiro. Apesar disso, os homens nada percebem a esse respeito, e continuam avançando pelo caminho errado.

Vim escrevendo, em termos gerais, sobre a natureza dos seres animados e dos seres inanimados. Aprofundando mais um pouco, entre os seres animados, não se pode considerar os seres humanos iguais aos outros animais. Não é fundamental, mas há uma diferença muito grande nisto. Se falarmos, por exemplo, a uma pessoa que ela está tuberculosa, imediatamente seu sistema nervoso é abalado, seu estado piora e até a morte é apressada. Mas, mesmo que falemos a um boi que ele está tuberculoso, isso em nada o influencia. Consequentemente, fazendo pesquisas com cobaias e ratos e aplicando-as no homem, jamais se pode atingir bons resultados.

Retrocedendo, escreverei novamente sobre a cirurgia. Mesmo que através da cirurgia haja uma cura momentânea, como ela não é verdadeira, depois de certo tempo, inevitavelmente surge alguma doença. A medicina, porém, não percebe qual é a sua causa. Por isso, não se interessa muito pelo que acontece depois da operação. Entretanto, pensem bem: se extrairmos um órgão precioso do corpo humano, isso significa que a pessoa tornou-se deficiente física interna. Portanto, não há motivos para que isso não exerça nenhuma influência.

Tomemos por exemplo um deficiente físico externo, que não tem uma das pernas ou uma das mãos, ou até um dedo ou a ponta de um dedo; o incômodo que isso lhe causa é motivo de sofrimento para a vida inteira. Nem é preciso dizer que o mesmo acontece com um deficiente físico interno. Além do mais, as deficiências físicas externas não têm muita relação com a vida, mas é claro que as internas têm, e muito. Por exemplo, se numa operação de apêndice perder-se esse órgão, o que acontece? Originariamente, o apêndice tem uma função muito importante. As toxinas acumuladas em toda a parte das costas do ser humano vão, de uma só vez, para o rim direito e se solidificam. Depois, aos poucos, vão se transportando para o apêndice e se solidificando. Quando atingem um certo grau, ocorre uma repentina purificação, com febre, dores, etc., e as toxinas dissolvidas são eliminadas através da diarreia.  Com isso advém a cura. É realmente muito bem feito. Entretanto, o engraçado é que, nessa hora, os médicos falam em operar o quanto antes, para que não seja tarde demais. Jamais há esse perigo. Ao invés de ser tarde demais, as possibilidades de se melhorar são maiores. Isso não é pretexto. Procedi assim no caso de várias pessoas e não houve um só caso que falhasse.

Em contraposição, às vezes ouço dizer que, com a operação, a pessoa encontra um destino infeliz. Não é muito difícil saber se a apendicite é crônica. Como se fala também na medicina, basta apertar a região três a seis centímetros um pouco abaixo à direita do umbigo. Logo se saberá, pois haverá dor. Entretanto, como a causa está num lugar mais profundo, a dor não cessa por completo, se ministrarmos Johrei apenas na região do apêndice. Em caso de apendicite, se procurarmos com os dedos, encontraremos uma solidificação no rim direito e, apertando-o, haverá dor. Ministrando-se Johrei nesse lugar, a dor cessará, e haverá uma cura por completo. Quando rápida, ela cessará em dez a vinte minutos, e, no mais tardar, em trinta a quarenta minutos. Logo haverá diarreia, e com isso o processo estará terminado. Jamais haverá uma recaída.

Se isso é verdade, este não é um maravilhoso método de cura? Entretanto, através da medicina, não são nada pequenos os sofrimentos com a operação e os gastos para tanto. Além disso, a pessoa fica deficiente, e os mais infelizes não conseguem ter uma cicatrização fácil; em alguns casos, isso chega a levar anos. Vez por outra, alguns chegam até a perder a vida com a operação. Por isso, comparando-a com o nosso Johrei, podemos dizer que a diferença é bem maior que a existente entre a vida selvagem e a civilização. Mesmo que a apendicite melhore com a operação, a coisa não termina aí. Como já disse, a função do apêndice é a de órgão eliminador das toxinas de toda a região das costas. Por isso, quando ele não existe, as toxinas não têm por onde sair. Então, a maior parte delas se acumula no peritônio e a solidificação existente na região dos rins aumenta de tamanho. Ela pressiona os rins e acelera a ocorrência de peritonite. Essa é a principal influência maléfica, mas, além das toxinas se acumularem também em outras regiões, após a operação a força abdominal e a força de segurar as coisas enfraquece, a pessoa fica com pouca resistência física e perseverança, e o apetite sexual também diminui. Creio que tudo isso é comprovado pelos que já passaram por essa experiência.

Em seguida, vejamos a extração dos rins. Essa operação é feita no caso de tuberculose renal. Como há muita dor e a urina sai misturada com sangue, acaba-se definindo que é tuberculose e faz-se a extração. Entretanto, o resultado disso não é muito bom. Geralmente, sempre acontece alguma complicação; a maior delas é que, como o rim que sobrou é forçado a fazer o trabalho de dois, ele fica doente com facilidade. Além disso, como não se pode extraí-lo, muitas pessoas ficam sofrendo sem saber o que fazer. O rim adoece mais facilmente porque, como todos sabem, possuem grande quantidade de toxinas preservadas; elas se acumulam todas no rim que sobrou. Além disso, o físico todo fica mais fraco, havendo dificuldade até para caminhar. Existem pessoas que não podem nem torcer o quadril e nem se sentar à moda japonesa. Em princípio, elas são meio deficientes. Entretanto, se tivessem recorrido ao Johrei desde o início, elas sarariam completamente e com grande facilidade, sem que precisassem fazer mais nada.

Vejamos a seguir a operação de câncer estomacal. Esse também é um problema complicado. O que me deixa decepcionado a esse respeito é que muitas vezes se ouve falar no erro de abrir o estômago e não encontrar o câncer; o paciente é prejudicado. Mesmo que felizmente o câncer seja extraído conforme havia sido programado, na maioria das vezes, com o passar do tempo, o mínimo de câncer que restou vai se expandindo e, com isso, faz-se necessária uma nova operação. A terceira operação já é impossível, e, então, o câncer é fatal. Além disso, mesmo que a operação tenha êxito, o estômago diminuído gruda-se ao intestino. Por isso, a alimentação deve ser ingerida aos poucos, em várias vezes. Além disso, pelos dados da medicina, a longevidade após a operação é, em média, de dois anos e meio. A esse respeito, assim diz a medicina: “Se uma pessoa que deve morrer daqui a meio ano ou um ano puder ter a vida prolongada, mesmo que seja por apenas um ou dois anos, não é vantagem?” De fato, se assim suceder, está ótimo, mas, na realidade, caso se deixe como está, a pessoa vive três ou cinco anos, enquanto que, devido à operação, sua vida é encurtada. Já vi esses exemplos através de várias pessoas. A medicina, para curar o câncer, utiliza aplicações de rádio. Com isso, ao contrário, a situação piora, porque o rádio destrói o câncer, mas também a constituição do órgão.

 A explicação acima foi sobre o câncer estomacal genuíno. Mas, na verdade, os genuínos são poucos. A maioria se trata de câncer estomacal falso e, obviamente, a sua causa é o tóxico do remédio. Isso também depende muito das propriedades do remédio. Uma vez ingerido, com o passar do tempo ele se transforma em toxina, vai para o estômago e se solidifica. Isso é o que se considera câncer. Por isso, por meio do Johrei, não estando o órgão extremamente enfraquecido, ele é curado.

 Além do que já foi dito, existem vários tipos de cirurgia: extração de ovário, operação de seio canceroso, timpanite, feridas, olhos, pleurisia, diabete, hepatite, testículos, unheira do pé e da mão, cirurgia plástica, etc.; estas são mais ou menos parecidas. Por isso, não escreverei a respeito. Só me aterei a duas ou três coisas que faltam, ou seja, sobre os diversos tipos de quistos. Se não se operá-los e deixá-los normalmente, eles crescerão o quanto for preciso e, naturalmente, surgirá um orifício de onde sairá pus e sangue e, assim, sarar-se-á por completo. Entretanto, como os pacientes não conseguem suportar a dor, recorrem ao tratamento médico e à cirurgia, para sarar mais rapidamente, mas esse é um grande erro. Isto porque há uma época certa para se fazer a operação. Se ela for feita depois que o quisto crescer o suficiente, não há problema. Mas, se for feita antes que isso aconteça, o pus, que até então estava se acumulando num só lugar, interrompe esse movimento e começa a sair em outro lugar, mais perto. Para que isso ocorra, nem é preciso que seja feita uma operação. Basta um furo de agulha para que a concentração também pare. Por isso, é uma coisa muito importante de se saber.

 Darei um exemplo a esse respeito. Há algum tempo, a pedido, visitei um hospital. O paciente era um senhor de mais ou menos quarenta anos e, ao perguntar-lhe o que havia acontecido, ele disse que primeiro havia nascido um quisto do tamanho de um ovo de galinha no pescoço, na região das glândulas linfáticas. Imediatamente ele foi procurar o médico, que abriu um buraco para que o pus saísse. Pouco tempo depois, do lado surgiu um quisto semelhante. Furando-o novamente, surgiu outro, e assim foi indo até que surgiu do lado oposto e assim por diante. Foram durando esses quistos seguidamente, até que chegou uma hora em que ele não saiu mais e começou a crescer para dentro, o que causou um alvoroço. Então resolveram me chamar. Dessa forma, como acabaram todos os lugares onde o quisto podia crescer na parte externa, ele acabou crescendo para dentro. Como cheguei bem na hora em que isso havia acontecido, eu também nada podia fazer e, por isso, recusei-me e fui embora. Depois de alguns dias, fui avisado de que seu pescoço havia inchado e se fechado, e o homem morrera sufocado. Essa é realmente uma vítima da cirurgia. Isso porque, se deixassem o quisto quieto quando ele apareceu pela primeira vez, ele iria crescer e provavelmente teria ficado do tamanho da cabeça de uma criança, mas, se mesmo assim não mexessem, no final ele ficaria vermelho e todo mole, abriria um buraco e sairia grande quantidade de sangue e pus; assim, o quisto melhoraria sem deixar vestígios.

 Ultimamente, alguns médicos fazem operações do cérebro, em casos de epilepsia, distúrbio cerebral, etc., mas isso não produz nenhum efeito, pois estes não são males dos órgãos do cérebro, mas de origem espiritual. Tratarei mais tarde, detalhadamente, a respeito do item referente ao espírito.

 A seguir, falarei sobre a cura da tuberculose pela cirurgia, muito na moda ultimamente. Extrai-se a costela; nos pacientes que possuem um buraco, coloca-se uma bola de resina sintética, opera-se o diafragma, etc. Tais tratamentos surtem um efeito momentâneo, mas depois é pior. Em suma, como sempre digo, a cirurgia é uma coisa muito prejudicial. Quando a medicina progredir mais, entenderá essa verdade. Por isso, gostaria que exterminassem de vez o método selvagem que é a cirurgia.