CAPÍTULO 4 – O SURGIMENTO DO MAL E AS DOENÇAS

Como já vimos no capítulo anterior, tendo surgido o itchirin (0,01) do Bem a brandir o Absoluto Poder Divino contra o kobukurin (0,99) do Mal, toda a cultura instituída será corrigida, estabelecendo-se, ao mesmo tempo, uma nova cultura. Em síntese, haverá uma inversão. Este é o cerne do Plano de Deus. Um plano sem precedentes, além da imaginação, com o qual está relacionado o episódio do fruto proibido mencionado no Livro da Gênesis do Antigo Testamento. Trata-se, evidentemente, de uma metáfora, pois a história de Adão e Eva no Jardim do Éden oculta um profundo mistério. Este será pouco a pouco esclarecido. Antes, porém, é preciso que o leitor faça de sua mente uma tabula rasa, pois, caso contrário, não poderá entender.

O Mal, como se sabe, surgiu ao ser comido o fruto da árvore. O fruto proibido são os remédios. Através dos remédios criaram-se as doenças. E através das doenças nasceu o Mal. Ao saber que o fruto proibido é uma alusão aos remédios, não haverá quem não se espante, pois, muito antes da Era Cristã, a humanidade começou a usar remédios com o fim de curar enfermidades. A razão disto, que está além da imaginação, terá de ser exaustivamente explicada, por meio da teoria e de fatos concretos. Leia-a, portanto, com os olhos bem abertos.

Como já vimos, o ser humano é constituído de espírito e de corpo. Já expliquei o princípio segundo o qual o espírito é o principal e o corpo é secundário. A causa do aparecimento do Mal são as nuvens surgidas no espírito. Por intermédio dessas nuvens, o espírito animal presente desde o início e o espírito animal que se encostou posteriormente, induzem o ser humano a praticar atos animalescos. Tal é a atuação do Mal. Em síntese, as nuvens do espírito são nada mais nada menos do que o Mal. Claro está, portanto, que para erradicar o Mal é preciso dissolver as nuvens do corpo espiritual. O grande problema é que as nuvens foram causadas pelos medicamentos. As nuvens do corpo espiritual constituem um reflexo da impureza do sangue. O sangue impuro foi criado pelos remédios. Se o ser humano não usasse remédios, o Mal não teria surgido. Compreendido isto, pode-se saber que o fruto proibido, ou seja, o remédio, é a base para o surgimento do Mal.

Há mais um ponto importante. Os medicamentos que produziram o Mal para impulsionar o progresso da cultura vieram desempenhar outro grande papel, como veremos a seguir. A ação purificadora natural elimina as impurezas do sangue, pois a acumulação de nuvens afeta a saúde, perturbando as atividades instintivas do ser humano. Devido ao insuficiente desenvolvimento de sua inteligência, o homem interpretou, como sendo negativas, as dores decorrentes da ação purificadora, e começou a utilizar remédios para escapar dos padecimentos que acompanham as doenças. A paralisação da ação purificadora debilita o corpo. O enfraquecimento do corpo, por sua vez, torna mais fraca a ação purificadora e ameniza a dor. Confundindo este processo com a cura de sua doença, o homem iludiu-se. Este equívoco é a causa fundamental do mundo infernal em que hoje vivemos, repleto de sofrimentos. Os remédios só aliviam a dor por causa de seus venenos e, além de não terem nenhum poder de cura, são, ademais, causadores de enfermidades. Como expressar tamanha ignorância? Mas nesta cegueira em relação às doenças há, na verdade, uma profunda e prodigiosa intenção divina, que aqui exporei minuciosamente.

Havia dois meios para desenvolver a cultura. O primeiro, como já expliquei, criando o Mal para combater o Bem; e o segundo debilitando a saúde do ser humano. Examinando a história da humanidade desde os tempos primitivos, compreendemos que o homem, inicialmente, levava uma vida natural. Suas roupas, alimentação e morada eram quase iguais às dos animais, bem como sua saúde e vitalidade física. Ele escalava montanhas e corria pelos campos, lutava com animais ferozes e cobras venenosas. Pode-se dizer que essas atividades, naqueles tempos, absorviam a totalidade de sua vida. Pouco a pouco, essa agressividade animalesca foi-se tornando desnecessária, e os homens começaram a lutar entre si. Mediante à intensificação desses conflitos, desenvolveu-se enormemente a sua inteligência e, ao longo dos séculos, criou-se finalmente a cultura. Pode-se imaginar que, se o homem continuasse a levar uma existência tranquila e sem conflitos, sua inteligência pouco se teria desenvolvido e ele se contentaria com seu estado primitivo. Mas, ao comer do fruto proibido, criaram-se as doenças e gerou-se o Mal. Como isto não foi até hoje percebido, a humanidade caiu na superstição extremada dos medicamentos, persistindo cada vez mais no erro.

À medida que conquistava os animais ferozes e cercava sua existência de maior segurança, o homem, que nos tempos primitivos gozava de uma saúde perfeita, começou a perder sua vitalidade física. Ao mesmo tempo, desenvolveu sua inteligência: começou a abrir estradas e a locomover-se sobre carros puxados por cavalos e bois, em lugar de viajar a pé. Isto no Japão. Em outras partes, inventou o trem que corre sobre trilhos, queimando carvão. Novos progressos o levaram a criar maravilhosos meios de transporte, como o automóvel e o avião, bem como aparelhos elétricos, rádios, etc. No esforço de reduzir a infelicidade do ser humano, desenvolveram-se as ciências e grandes progressos foram alcançados em todos os campos da cultura. Organizaram-se instituições sociais, políticas, econômicas, educacionais, morais, artísticas, etc., de cujo progresso e desenvolvimento surgiu a atual sociedade civilizada. Tudo isto nada mais foi do que uma preparação para o estabelecimento do Reino dos Céus na Terra, que se aproxima.

A medicina teve como princípio introduzir o Mal no ser humano e debilitar sua saúde. Assim, o mundo, como estava previsto, chegou ao que é hoje. Mas, se a medicina avançar ainda mais, a humanidade, ao contrário, corre o risco de ser destruída. Para sustar novos avanços, Deus revelou-me a Verdade, a fim de que se processe a grande transição da civilização, e o Mal seja, até certo ponto, controlado. Chegou a hora do estabelecimento da Nova Civilização, na qual o Bem terá precedência sobre o Mal.

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