Dias atrás, o senhor Major H. Show, dos Estados Unidos, comentou que ficava extremamente impressionado depois de sua visita ao Museu de Artes de Hakone. Ouvi, então, o relato das suas impressões, bem típicas de um norte-americano. Por se tratar de algo que passa desapercebido aos japoneses, eu as transcreverei aqui: "Este museu oferece, em termos de significado, o que de mais novo há no Japão. Ou seja, até hoje as obras de arte existentes neste país estiveram ocultas pelas classes privilegiadas que as manipulavam como objetos privados de seu prazer. Coletar tais preciosidades e expô-las sem parcimônia, proporcionando deleite ao grande público, e abolir o monopólio artístico, é abrir o caminho da democratização. Esse fato muito me impressionou e faz com que eu renda meu respeito." Ao ouvir isso, experimentei imensa satisfação, pois ele expressou, sem subterfúgios, aquilo que eu penso.
Jornal Eiko, nº 216 — 8 de julho de 1953