Recentemente foram me presenteadas por um fiel as laranjas que há quarenta anos ele produz sem uso de adubos. Experimentei-as de imediato, ela apresentava um sabor agradabilíssimo, impossível de se expressar através de palavras. Eu nunca havia provado laranjas tão deliciosas. Aliás, sempre ganho dos fiéis frutas e verduras cultivadas sem adubos e realmente são mais gostosas do que o normal; entretanto, parece estar faltando qualquer coisa, não podendo ser classificadas como cem por cento. Isso se deve à presença de tóxicos dos adubos no solo ou nas sementes, que levam de quatro a cinco anos para ficar livres deles. Só a partir daí é que os produtos adquirem o seu verdadeiro sabor.
Se aquelas laranjas fossem vendidas nas lojas, alcançariam enorme sucesso e nem se pode imaginar o quanto venderiam. Cheguei a pensar também que, se elas fossem exportadas, atingiriam cifras jamais vistas, refletindo-se de maneira bastante positiva na economia nacional.
Ultimamente começaram a aparecer lojas que vendem – verduras puras -, isto é, plantadas sem o uso de estrume. É verdade que esse processo evita o aparecimento de larvas e parasitas, mas, como ainda são utilizados adubos químicos, naturalmente o gosto das verduras não é bom. Asseguro que, se os fiéis com experiência na agricultura produzirem verduras e frutas sem o uso de adubos, isso lhes proporcionaria uma ótima renda. E não é apenas questão de ganhar dinheiro: os resultados servirão também para divulgar o método, matando-se dois coelhos numa só cajadada. Que tal os senhores fiéis colocarem-no em prática o quanto antes?
Jornal Eikô nº 133
05 de dezembro de 1951