A vacina foi descoberta em 1798 pelo médico inglês Edward Jenner. Esse evento é mundialmente célebre, mas na verdade não se trata de uma descoberta original de Jenner. Muito tempo antes dele, as moças da Grécia costumavam introduzir uma agulha nas erupções purulentas dos pacientes de varíola, para depois inocular o líquido purulento sob a pele. Isso causava-lhes um ataque leve de varíola que as preservava das marcas bexiguentas de um ataque mais grave. O que Jenner fez foi descobrir um preparado imunizador a partir da varíola do boi. É claro que isso se constituiu numa ação meritória extraordinária. Devemos lembrar ainda a firme consciência de cientista que caracterizava Jenner, capaz de realizar, sem arrependimento, qualquer sacrifício pelo bem da humanidade, que o levou corajosamente a executar sua primeira experiência em seu próprio filho bem-amado. Felizmente essa experiência foi coroada de êxito, o que contribuiu ainda mais para que Jenner fosse reverenciado, até hoje, como um verdadeiro salvador, como todos sabem.
A varíola
A pessoa atacada de varíola, além de correr perigo de vida, fica, quando consegue curar-se, com uma porção de marcas de bexigas desagradáveis à vista, espalhadas pelo rosto. Isso torna a doença ainda mais temível. O fato de ter sido possível escapar à essa ameaça com grande facilidade deve ter enchido de alegria os contemporâneos da descoberta. Entretanto, eu descobri que essa inovação, celebrada como uma grande descoberta, converter-se-á, no futuro, em causa de muitas doenças. Se me perguntarem se os resultados da vacina são positivos ou negativos, sou obrigado a responder que são negativos. Explicarei agora detalhadamente as razões.
Trata-se de uma teoria que eu venho proclamando há mais de dez anos, resultante de uma descoberta nada inferior àquela de Jenner. Em primeiro lugar, temos de considerar as verdadeiras causas da varíola. Nem é preciso dizer que elas estão nas drogas. A ingestão de drogas por muitas gerações sucessivas acarreta a formação de um tipo especial de toxina, transmitida por hereditariedade. Assim, concluímos que nunca existiu nenhuma época em que a humanidade não tenha usado nenhum tipo de remédio. Os casos de maior densidade dessas toxinas hereditárias são interpretados erradamente pela medicina como sendo sífilis hereditária. Essas toxinas hereditárias congênitas estão sujeitas a um processo purificatório durante o qual elas tentam ser expelidas através de erupções cutâneas. Esse processo é a varíola. Daí concluímos que a vacina nada mais é do que um expediente para interromper esse processo purificatório. Isso ainda poderia ser tolerável, mas acontece que dessa forma as toxinas da varíola permanecem no interior do organismo, convertendo-se em causas de diferentes doenças. O que nós temos é a conversão de um sofrimento que ocorre uma vez só durante um prazo muito curto em inúmeras formas de sofrimento que ocorrerão a longo prazo. É necessário, pois, tomar consciência desse equívoco. A tuberculose é a mais maléfica das doenças que podem sobrevir em consequência disso. Não há quem não deixe de assustar-se ao compreender esse fato. Li num livro que um médico francês constatou o aumento da incidência da tuberculose depois da difusão da vacinação. Achei que ele teve uma excelente compreensão. Entretanto, temos de considerar o problema das feias marcas deixadas pela varíola. O sofrimento causado pela doença dura pouco tempo, mas as marcas das bexigas permanecem por toda a vida, causando muito sofrimento. Esse fato deve ter dificultado a rejeição da vacina, fazendo com que essa constatação do médico francês tenha sido relegada ao esquecimento. Além disso, creio que ninguém terá imaginado que as toxinas da varíola possam converter-se em causa de tuberculose e outras doenças, conforme minha descoberta.
O ideal seria descobrir um método capaz de curar a varíola em pouco tempo, sem deixar marcas de bexigas. Isso resolveria definitivamente o problema. O caso é que isso é perfeitamente possível através da ministração do Johrei de nossa religião. Como essa declaração, por si mesma, dificilmente seria objeto de confiança, apresentarei um exemplo concreto que a reforce. Trata-se da Sra. Akiku Mizuno, de 23 anos, residente em Nagoya, Naka-Ku, Shitamae-tsu, no.135. O jornal Eikô Shimbum no 103 registrou sua alegria em ter sido curada da varíola quatro meses depois de ingressar em nossa religião.
A constatação desse fato real não deixará margem para a menor dúvida. Porém, a aplicação desse método de cura restringe-se aos japoneses. Os estrangeiros, mesmo que venham a conhecê-lo, não poderão recorrer a ele, por impossibilidade geográfica. Assim, até que surja uma ocasião adequada para sua difusão, não é possível abolir a vacina e a situação atual terá de ser mantida. Ainda que as pessoas se abstivessem da ingestão das drogas causadoras da varíola, a eliminação completa levaria duas ou três gerações, já que a abstenção imediata das mesmas seria também impossível.
As consequências da suspensão, através da vacina, da eliminação das toxinas da varíola, podem ser divididas em duas categorias. A primeira é a que foi exposta acima: essas toxinas convertem-se em causas de tuberculose e outras doenças. A segunda consequência é a sarna. Ela consiste em um processo perfeito de purificação através do qual as toxinas, detidas pela vacina, procuram sair pela pele. Basta observar os sintomas da sarna para compreender facilmente este fato. Eles são semelhantes aos de uma varíola crônica e nos casos mais graves ocorrem erupções típicas de varíola, com uma porção de caroços arroxeados, que provocam intensa coceira e dor. O processo é bastante longo, levando cerca de um ano nos casos comuns e vários anos, nos casos mais graves. Eu próprio levei cinco ou seis anos até alcançar a cura completa.