É voz corrente nos tempos de hoje que “os tempos são chegados”. Várias seitas cristãs anunciam o Fim do Mundo pelo Juízo Final. A Doutrina Messiânica dá esclarecimentos sobre este dia tão temido.
Na velha concepção judaica está expressa a ideia dum deus tribal que defende seu povo. Este deus conduziu seu povo escolhido à Terra Prometida. Moisés foi o condutor e o povo escolhido foi o povo de Israel. Em plena Era da Noite os homens só podiam compreender que o seu deus os protegia pela destruição dos inimigos do seu povo.
Mas quem lê atentamente o Velho Testamento compreende que os profetas já não tinham esta ideia, mesmo naqueles tempos tão distantes e tenebrosos. Os profetas foram homens iluminados. Transferiram para o reino moral o conceito de Paraíso Terrestre ou Terra Prometida “onde os rios eram de leite e de mel”. Os profetas sabiam que Deus é um só e que não há povos escolhidos e sim homens escolhidos por sua elevação espiritual. No Juízo Final, o julgamento seria para toda a humanidade, com absoluta justiça, na base da moral e não das considerações raciais. Os profetas sabiam que, se Israel desobedecesse às Leis de Jeová, também seria punido.
Os profetas do Velho Testamento descrevem o “Dia de Jeová” como um dia do terror e aflição, julgamento e castigo. É evidente que se trata dum dia simbólico e não dum período de 24 horas. Será para punir os pecadores, refletindo-se no mundo inteiro. Haveria então grandes perturbações na ordem cósmica. Diz a Bíblia que “até os peixes do mar serão atingidos”. Nenhum profeta definiu o tempo e a duração do temeroso Juízo Final. Geralmente, apresentavam ao povo de Israel o julgamento de Jeová na forma duma invasão de inimigos estrangeiros, ou então duma grande exibição do Poder de Deus para o mundo inteiro.
Nos últimos livros do Velho Testamento, o Juízo Final já se apresenta como início duma Nova Era, quando a Lei de Deus há de prevalecer para sempre.
No livro de Daniel está escrito que haveria primeiro um Juízo Preliminar, “quando a espada ficará nas mãos dos santos do Todo-Poderoso”.
No capítulo VII do livro de Daniel, o vidente descreve seu sonho profético. Os quatro ventos do céu pelejavam uns contra os outros. Quatro grandes alimárias diferentes subiam do mar. A primeira era como uma leoa e tinha asas de águia. Foi levantada da terra e se pós de pé, transformada em ser humano “com um coração de homem”. O mar é simplesmente um símbolo do mundo agitado por suas paixões. A segunda alimária parecia-se com um urso, feroz e sedento de sangue, com três fileiras de dentes na boca. O terceiro animal era como um leopardo com quatro asas e quatro cabeças, podendo olhar para os quatro pontos cardeais. A quarta alimária era a mais terrível de todas. Tinha enormes dentes de ferro despedaçando tudo o que lhe chegasse ao alcance e pisando em cima do que sobrava. Tinha dez chifres. De repente, do meio destes chifres foi nascendo um outro menor que foi arrancando os dez primeiros. No corno pequeno havia uns olhos de homem e uma boca que falava com insolência. Surgem então uns tronos para juízes. “O Antigo dos dias” foi o primeiro a acomodar-se num trono. Estava todo de branco e seus cabelos também eram alvos como algodão. O seu trono era de chamas de fogo. Diante dele corria um rio de fogo. Reuniu-se à sua volta a corte de juízes e apareceu a multidão para ser julgada. Abriram-se os Livros de Registro. O quarto animal foi julgado e consumido pelo fogo. Os outros três perderam o poder e os juízes limitaram a duração de suas vidas.
Foi então que no sonho surgiu o “Filho do Homem” e se apresentou ao “Antigo dos Dias” que deu a Ele o poder retirado das quatro alimárias. A Ele foi dado “o Poder, o Reino e a Glória”, - um Poder Eterno, que jamais lhe será tirado.
O Profeta, no sonho, perguntou a um Anjo o que significava aquela visão. O Anjo respondeu-lhe que os 4 animais representavam 4 grandes reinos que se levantariam na Terra. “Mas os santos do Deus Altíssimo receberão a Terra, por todos os séculos dos séculos”, (cap. VII, vers. 18).
O estudo da Bíblia torna ainda mais oportunos e claros os Ensinamentos de Meishu Sama. A Doutrina Messiânica surgiu para ajudar na Construção do Mundo Novo, ou melhor, na remodelação da Nova Civilização. Na ciência materialista será introduzido um alicerce espiritualista para a remodelação da Cultura, dentro do Plano de Deus. O lado espiritualista da Ciência será encarado com seriedade e não mais se dirá que é superstição ou misticismo ou lucubração de imaginações exaltadas.
Na cultura atual, o lado materialista foi de tal modo predominante que cegou a humanidade. Ficou esquecido o significado das coisas espirituais. A humanidade escravizou-se à cultura materialista. De um modo geral, os cientistas ridicularizam o místico como visionário ou mesmo lunático. A humanidade não tem outro recurso senão entregar-se às mãos do materialismo imperante. As consequências são desastrosas em todos os campos da vida.
Deus compadeceu-se dos seus filhos e deseja despertá-los para que enxerguem o verdadeiro sentido da vida. A revelação que Meishu Sama recebeu comprova esta afirmativa. Numa linguagem concisa, cheia da objetivismo e clareza, Meishu Sama explica que a vida humana não pertence apenas no plano material, porém tem sua essência no plano espiritual. O espírito precede a matéria e é governado por Deus, o Supremo Criador.
Meishu Sama explica porque uma verdade fundamental como esta, tão tremendamente importante, permaneceu ignorada pela maioria dos seres humanos. Assim o quis a profunda Sabedoria de Deus. De acordo com o Plano Divino, a ciência materialista tinha de chegar até um certo grau de adiantamento, que seria o marco para o ponto de transição.
Chegou a hora de ser acentuado o lado espiritualista, esclarecendo-se causas e efeitos, chegando-se a um equilíbrio que permitirá a correção de erros e falhas do passado. Quando o homem estiver consciente da existência do Reino Espiritual e de sua verdadeira significação, a Ciência materialista e a espiritualista caminharão lado a lado, uma completando a outra. Surgirá então o Mundo Novo, purificado de erros e imperfeições. O objetivo da Doutrina Messiânica é auxiliar o homem nesta fase da transição para um mundo melhor, preparando-se para a Era do Dia, para a Verdadeira Civilização planejada por Deus.
É evidente que o homem tem evoluído muito durante tantos milênios. Cresceu muito intelectualmente e espiritualmente, se comparado ao homem primitivo. Este progresso é fruto de tremendos esforços e enormes sacrifícios, através de guerras, epidemias, catástrofes, calamidades, morticínios.
Dentro do homem sempre houve o anseio pela paz e felicidade. Este anseio foi a força que o estimulou a lutar por este ideal. Da luta pelo bem-estar veio o desenvolvimento do lado material da civilização. Surgiram milhares de invenções para a realização deste sonho de bem-estar. O homem vibrava de esperança, imaginando que atingia o ansiado objetivo.
A Ciência materialista chegou ao seu ponto culminante descobrindo a desintegração do átomo. Os cientistas que tanto lutaram por esta conquista jamais imaginaram que, algum dia, a desagregação do átomo fosse aplicada para a confecção de mortífera bomba. O materialismo que incentivou a Ciência também incentivou o mau uso de tão maravilhosa descoberta. Em vez de ser um caminho para o bem e para o progresso, transformou-se num caminho para o inferno. A bomba atômica poda destruir dezenas de milhares de vidas humanas num abrir e fechar de olhos.
Meishu Sama considera a bomba atômica como um símbolo do fracasso da civilização atual. Por uma ironia do destino, o homem civilizado agora treme de terror diante da perspectiva de destruição total da vida, por um engenho que ele mesmo criou, pensando em bem-estar e felicidade.
Entretanto, a simples descoberta da desagregação do átomo nada tinha de temível. Seria um maravilhoso triunfo da Ciência se utilizado para fins pacíficos e construtivos. O homem está aterrorizado porque, não estando preparado espiritualmente, utilizou-se da energia atômica para destruir. Tornou-se uma vítima de sua própria maldade e agora treme de medo. O problema não é a descoberta da energia atômica, mas, sim, o seu uso.
Meishu Sama ressalta aqui a importância da religião como incentivo para a vida espiritual. Durante séculos, a religião, a moral, a educação e as leis prestaram bons serviços à humanidade, até um certo ponto. Entretanto, a formação religiosa e moral do mundo civilizado de hoje não pôde impedir o uso da bomba atômica para matar. Aliás, o argumento foi que era preciso usar a bomba atômica para evitar morticínio ainda maior. O homem enredou-se de tal maneira nas suas concepções materialistas que caiu nesta emboscada fatal. Isto prova que a civilização atual ainda é oprimida pelas forças maléficas.
Meishu Sama refletiu muito sobre este assunto, pois que a bomba atômica foi lançada sobre o Japão, onde ele vivia. É evidente que se o átomo for usado para fins destrutivamente diabólicos, a consequência final será a destruição da espécie humana. Poderia Deus, o Supremo Criador, Aquele que deu ao homem a inteligência para desagregar o átomo, poderia Deus permitir uma coisa destas?
No Evangelho de São Mateus, Capítulo XXV, versículos 31 a 46, Jesus fala do “fim do mundo”: “Quando vier o Filho do Homem na sua majestade, e todos os anjos com Ele, se assentará sobre o trono. E serão congregadas todas as gentes diante d’Ele. Separará uns dos outros como o pastor num rebanho, pondo as ovelhas à direita e os cabritos à esquerda. E lhes dirá: ‘Vinde, benditos de meu Pai, para possuirdes o Reino que vos está preparado desde o princípio do Mundo...’” Está bem clara a predição do advento do Reino dos Céus.
No apocalipse de São João Evangelista (Livro da Revelação, capítulo VI), apresenta-se um verdadeiro drama em 3 atos com a visão dos sete selos que representam os sinais da destruição da presente civilização. Este mundo é um campo de treinamento para os filhos de Deus. Quando uma civilização tiver dado o que tem para dar, será apagada da face da Terra.
Nem mesmo o Apocalipse fala duma destruição total. No Capítulo VII, versículo 3, um anjo diz aos outros anjos exterminadores: “Não façais mal à terra, nem ao mar, nem às árvores, até que assinalemos os servos do nosso Deus”. No mesmo Capítulo, versículo 14, lê-se: “Estes são os que vieram duma grande tribulação e lavaram as suas roupas e as clarearam no sangue do Cordeiro”. E nos versículos 16 e 17: “Não terão fome e nem sede nunca jamais, nem cairá sobre eles o sol, nem ardor algum. Porque o Cordeiro os guardará e os levará às fontes das águas da vida, e enxugará Deus toda a lágrima dos olhos deles”.
O Evangelho nos mostra como será o futuro. O mundo como é hoje chegará ao fim e virá depois a Reino dos Céus na Terra. Entretanto, Meishu Sama deixa bem claro em seus Ensinamentos que, para escapar-se da destruição total, é necessário que os homens se modifiquem - tornem-se dignos do Paraíso Terrestre - deixando-se governar pelo Espírito Primordial, o Eu divino que o ser humano traz dentro de si. Em seu infinito Amor e Misericórdia, o Pai Celestial está liberando a Luz Divina para amparar Seus filhos nesta hora cruciante.
Meishu Sama admite que haverá muita gente sem condições para ser redimida neste atual ciclo da vida. Como diz o Evangelho, “as ovelhas serão separadas dos cabritos”. Estamos vivendo um ciclo decisivo. Quem não for redimido, será apartado da Terra para outros destinos. É o chamado “Juízo Final”.
A Doutrina Messiânica insiste em atrair-nos a atenção para a importância do momento presente, o ponto da transição da velha ordem para a nova ordem, da idade da destruição, das trevas e do domínio do Mal, para a idade da construção, da Luz, do domínio do Bem. A Era do Dia não foi concebida ou arquitetada pelo homem. Foi arquitetada por Deus. A nova civilização já está esboçada na Terra e irá se fixando e expandindo lentamente, num perfeito equilíbrio entre matéria e espírito, mas sob o controle do espírito. Meishu Sama ensina que, desde o início da Criação, isso já estava planejado. Deus é Amor e Sabedoria. Já alvorece a Era do Dia.