A vida de Meishu Sama é um Ensinamento vivo. O Mestre não se limitou a pregar. Ele vivia de acordo com seus Ensinamentos. Conhecer fatos de sua vida será, também, um meio de aprender o que ele ensinou em seus escritos.
Meishu Sama ensinou que o progresso e sucesso dependem duma ação pronta. Uma pessoa pode planejar tudo muito bem, pode começar a realização no tempo oportuno, pode cercar-se de bons auxiliares, mas poderá fracassar se não ficar sempre atento ao andamento de seu trabalho, pronto para corrigir algum possível erro, nem bem este apareça.
Em 1948, um ano depois de fundar a Nipon Kannon Kyodan (Doutrina de Kannon no Japão), devidamente registrada, graças à liberdade de crenças, um dos resultados da Segunda Guerra Mundial, o Mestre reunia cem mil adeptos. Mesmo se dedicando a escrever seus Ensinamentos, dirigindo a publicação de revistas sobre a Doutrina, procedendo o Johrei, cuidando do cultivo da terra sem adubos e sofrendo perseguições dos invejosos de tanto sucesso, jamais se descuidou da vigilância direta sobre sua organização.
Todas as tardes chegavam os relatórios que ele exigia de seus assessores. Examinava tudo e pensava em cada núcleo existente. Quando percebia que um núcleo estava estacionário e não aumentava o número de pessoas que iam receber Johrei, o Mestre encarregava seu secretário de ir saber a causa desta paralização. Dizia ao secretário:
- Este núcleo não vai bem. Não devia estar acontecendo assim. É preciso cuidar disto enquanto é tempo. Temos de saber o motivo.
Quando o secretário fazia a inspeção, sempre trazia esclarecimentos sobre os pontos fracos e Meishu Sama, prontamente, orientava como deviam agir, corrigindo a situação. Graças à sua vigilância e à sua ação pronta, a difusão da Doutrina Messiânica progrediu sempre.
Durante os últimos anos de sua vida, Meishu Sama redobrou sua atividade. Ia pessoalmente fazer visitas aos núcleos, aos templos e aos museus. Quando os membros numa cidade sabiam que o Mestre ia fazer uma visita nalgum local, corriam para ficarem na companhia dele.
Foi o que aconteceu no dia em que Meishu Sama foi visitar o Mnseu de Arte de Kyoto. Ao chegar, deparou-se com uma multidão a esperá-lo à entrada. O Mestre entrou acompanhado por enorme comitiva. O povo de Kyoto tinha muito orgulho de seu Museu. Todos esperavam que o Mestre examinasse obra por obra e fizesse apreciações.
Nada disso aconteceu. Meishu Sama foi diretamente em direção à obra de arte que viera examinar, passando sem olhar por uma porção de coisas maravilhosas. Contemplou demoradamente aquela que lhe interessava e saiu rapidamente, retirando-se do Museu.
Foi uma cena cômica. O bando de discípulos correu para onde Meishu Sama estava. Queriam também examinar a obra de arte que atraía o Mestre. Quando este saiu a passos rápidos, os discípulos também saíram com a mesma velocidade. Era um comportamento completamente estranho para quem visita um museu. Os guardas estavam embasbacados. Pareceu-lhes que um bando de loucos tinha entrado no Museu.
Quando o Mestre ia fazer compras numa loja, sucedia mais ou menos o mesmo. Com seu olhar incisivo, escolhia o que achava bonito. Perguntava à esposa ou filha: "Gosta deste quimono?" E antes que elas pudessem dar uma opinião, o quimono estava comprado. Elas preferiam calar-se, porque se tivessem um gesto de hesitação, ele diria: "Ah! Então não gostou!..." E se retirava sem fazer compra alguma. Escusado é dizer-se que ele sabia escolher. Tinha muito gosto e não poupava despesas para adquirir uma coisa bonita.
Era uma lição. Saber decidir prontamente é uma grande virtude. O hesitante perde muito tempo. Quem compreende o valor espiritual da vida não gosta de perder tempo. Quem quiser dedicar-se à sementeira de Luz e de Amor, não pode perder tempo e nem fugir ao dever da luta. É este o ideal que vai habituando a visão a procurar e achar logo o melhor. Meishu Sama ensinou que devemos aproveitar bem o tempo.